Se o deputado federal e atual presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), tem a pretensão de alçar voos maiores na política no futuro—como disputar um cargo de governador ou senador—precisará equilibrar cuidadosamente os acenos que tem feito aos golpistas de 8 de janeiro. Os bolsonaristas estão entusiasmados com a possibilidade de Hugo colocar em pauta o projeto de anistia para os condenados pelo STF.
Hugo deve ter cautela, pois foi eleito em um estado ainda fortemente lulista, como demonstrou a votação para a Presidência da República em 2022. Ficar marcado como o “pai da anistia” dos golpistas de 8 de janeiro pode ser prejudicial à sua imagem, especialmente se ele realmente almeja disputar um cargo majoritário no futuro.
O ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB), por exemplo, teve sua trajetória política fortemente associada ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e não conseguiu se reeleger em 2018.
Alguém pode argumentar que o senador Efraim Filho (União Brasil), um político de perfil quase bolsonarista, foi eleito em 2022. Isso é verdade, mas sua vitória foi fruto de muito esforço e de um contexto atípico, marcado pela divisão da base governista e da esquerda, que lançou duas candidaturas concorrendo pelo mesmo espaço—Ricardo Coutinho e Pollyanna Dutra. Caso a esquerda estivesse unida, Efraim provavelmente teria sido derrotado.
Em 2022, Lula obteve 1.601.953 votos na Paraíba, o que corresponde a 66,62% da votação. Já no primeiro turno, foram 1.554.868 votos, equivalentes a 64,21% do total.
Fica o alerta para Hugo!