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Trump confirma taxa do aço e afeta US$ 6 bi em exportações do Brasil

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Trump discursa a apoiadores na Flórida — Foto: Alex Brandon/AP
Maurílio Júnior

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta segunda-feira (10) a imposição de uma sobretaxa de 25% sobre o aço e alumínio de todos os países, afetando diretamente exportações brasileiras que somam mais de US$ 6 bilhões. A medida gerou preocupação no governo brasileiro, que avalia como retaliar os Estados Unidos sem prejudicar a indústria nacional ou intensificar uma guerra comercial.

A ordem executiva assinada por Trump estabelece uma taxa de 25% sobre o aço e alumínio, independentemente da origem. Além do Brasil, a tarifa impacta países como Coreia do Sul, União Europeia, México e Canadá, grandes exportadores para o mercado americano. Atualmente, cerca de 25% do consumo de aço nos Estados Unidos é atendido por fornecedores estrangeiros.

A ação de Trump é mais agressiva do que as medidas protecionistas adotadas no primeiro mandato. O governo americano intensificou o monitoramento das aduanas para evitar que países reclassifiquem produtos e tentem driblar as tarifas.

Trump afirmou que a medida visa “restaurar a força das indústrias americanas de aço e alumínio”, ressaltando que seu objetivo é “fazer os EUA ricos novamente”.

Os países afetados, incluindo o Brasil, já começaram a planejar respostas. A Comissão Europeia anunciou que tomará medidas para proteger seus interesses, enquanto a Coreia do Sul convocou uma reunião emergencial com suas siderúrgicas para discutir como minimizar os impactos das tarifas.

O Brasil, que já havia temido a imposição de tarifas, agora enfrenta uma crise no setor de ferro e aço, fundamental nas relações bilaterais com os Estados Unidos. Em 2024, o Brasil exportou US$ 11,4 bilhões no setor de ferro e aço, sendo 48% destinados aos EUA. Além disso, o país vendeu US$ 1,6 bilhão em alumínio, com 16,8% desse valor exportado para os Estados Unidos.

Embora o governo brasileiro ainda avalie sua resposta, fontes indicam que a estratégia será pragmática e equilibrada, evitando uma escalada do conflito. O Itamaraty já trabalha em uma lista de possíveis produtos e setores para retaliar, com as empresas digitais sendo cogitadas.

As tarifas de Trump resultaram em uma alta nas ações das siderúrgicas americanas, como a Nucor e a Century Aluminum, enquanto empresas europeias, como a ArcelorMittal, tiveram queda em seus papéis.

Com informações de UOL