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Análise: o poder na Paraíba e a ilusão do protagonismo

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Hugo Motta e Daniella Ribeiro em ascensão no Congresso - Foto: Reprodução - Instagram - Daniella
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Passou do ponto o pachequismo em relação à ascensão do paraibano Hugo Motta (Republicanos) à presidência da Câmara dos Deputados. Sem dúvida, trata-se de uma conquista relevante do ponto de vista político. Ter um representante do estado no comando da Casa garante acesso direto ao presidente da República e aos ministros do Supremo Tribunal Federal.

No entanto, é ingênuo e exagerado acreditar que esse fato transformará a Paraíba e resolverá seus problemas estruturais. O histórico de outros estados nordestinos que já tiveram essa oportunidade demonstra que a realidade local não se altera apenas pela ocupação de altos postos na política nacional.

Maranhão e Alagoas são bons exemplos. Apesar de um maior espaço de poder ao longo das décadas, mantêm indicadores sociais e econômicos abaixo dos da Paraíba, que chega neste momento a este patamar de ocupação de espaços em Brasília.

A elevação de Hugo Motta na Câmara e de Daniella Ribeiro no Senado é, antes de tudo, um reflexo do prestígio político de ambos. É um feito pessoal e partidário, mas não um passaporte automático para o desenvolvimento da Paraíba.

O que determinará se essa conquista beneficiará de fato o estado são as prioridades que ambos defenderão e os resultados concretos que entregarão — lembrando que ambos já têm uma boa estrada no Congresso. Sem isso, a Paraíba continuará a ver o poder passar, sem que sua realidade mude substancialmente.