O deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos) foi eleito neste sábado (1º/2) como presidente da Câmara dos Deputados e, em um discurso forte e simbólico, fez uma defesa enfática da democracia. “Tenho nojo da ditadura”, declarou, exaltando a importância das instituições e citando o ex-deputado Ulysses Guimarães, uma das figuras centrais da Constituição de 1988.
“A democracia não é um presente, é uma conquista diária. Precisamos defendê-la com coragem e compromisso”, afirmou Motta, reforçando a necessidade de vigilância constante para que nunca mais o país enfrente um regime autoritário.
“É axiomático que muitos têm maior probabilidade de acertar do que um só. Quem era um só? a que se refere Ulisses? O super presidente, o presidencialismo absoluto, cuja sentença de morte estava sendo decretada naquele momento. Na inauguração da nova Constituição, no mesmo célebre discurso em que pronunciou a frase que ainda ecoa nestas galerias: tenho ódio e nojo à ditadura“, acrescentou.
Em um dos momentos mais marcantes da cerimônia, o parlamentar ergueu um exemplar da Constituição Federal enquanto os presentes entoavam em coro: “Democracia! Democracia! Democracia!”. O gesto remeteu diretamente a Ulysses Guimarães, que, na promulgação da Carta Magna, também ergueu o livro e declarou sua defesa incondicional dos direitos democráticos.
Ao concluir seu discurso, Motta fez uma referência ao filme Ainda Estou Aqui, que retrata a história de Eunice e Rubens Paiva, vítimas da ditadura militar no Brasil. “Ainda estamos aqui”, afirmou, destacando a resistência e a luta pela preservação da democracia no país.