O cenário político da Paraíba está em ebulição com a antecipação do debate eleitoral para 2026, expondo contradições. Uso como exemplo a declaração do senador Efraim Filho, líder da oposição e presidente do União Brasil na Paraíba. Ao convidar o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos), a integrar o bloco oposicionista e cogitar seu nome como candidato ao governo, ele levanta questões sobre a coerência e os reais objetivos da oposição no Estado.
A oposição, ao que parece, está mais interessada em desmontar o grupo político liderado pelo governador João Azevêdo (PSB) do que em apresentar um projeto claro para a Paraíba. A fala de Efraim reflete uma estratégia pragmática, que privilegia a viabilidade eleitoral de nomes populares, como Adriano Galdino, em detrimento de um posicionamento ideológico ou programático.
Essa abordagem suscita dúvidas: o que define a oposição? É uma resistência ao governo atual por discordâncias em políticas públicas e gestão ou uma simples tentativa de substituir o grupo político no poder? Ao legitimar a possibilidade de Galdino, aliado de Azevêdo (pelo menos até a publicação desse texto), como candidato oposicionista, a oposição enfraquece seu discurso de crítica à gestão estadual. Afinal, se Adriano é um nome forte para o grupo, isso não implica reconhecer os méritos do governo que ele, até então, integra e elogia?