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Promotora vê pressão da verticalização no saneamento para despejo de esgoto nas praias de João Pessoa

mauriliojunior.com

A promotora de Meio Ambiente de João Pessoa, Cláudia Cabral, fez um novo alerta sobre o impacto ambiental causado pelo despejo irregular de esgoto nas praias e rios da capital paraibana. Segundo a promotora, o problema é agravado pelo crescimento populacional e pela verticalização das áreas urbanas.

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“Antigamente, tínhamos bairros compostos por casas com uma média de 4 a 5 pessoas. Hoje, esses mesmos locais abrigam prédios de 10, 15, 20 ou mais andares”, explicou em entrevista ao podcast COFFEECAST, de Alline Grisi.

Em muitos casos, segundo Cabral, os imóveis com ligações clandestinas já haviam pago pelo serviço de saneamento e tinham acesso legal à infraestrutura da rede. Mesmo assim, esses sistemas não estavam sendo utilizados adequadamente, e os resíduos estavam sendo desviados para o mar e os rios.

Água escura na praia de Tambaú, em João Pessoa (Foto: Maurílio Júnior)

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“Isso foi uma surpresa que identificamos. A grande maioria estava com a rede legalmente paga e apta a usar, mas não utilizava”, pontuou Cláudia Cabral.

A promotora informou que a situação está sendo acompanhada de perto pelo Ministério Público, que busca soluções para combater as irregularidades e garantir a preservação ambiental. Além disso, reuniões foram realizadas com a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) e representantes do município de João Pessoa, responsáveis pela gestão da rede de águas pluviais e do saneamento básico.

As praias de João Pessoa, além de serem importantes para o turismo local, também desempenham um papel essencial para a biodiversidade marinha. O despejo irregular de esgoto nesses ambientes representa um risco significativo à qualidade da água, à saúde pública e ao ecossistema.