Uma planilha apreendida pela Polícia Federal (PF) com o empresário Marcos Moura, conhecido como o “Rei do Lixo”, revelou a magnitude de um esquema de fraude em licitações envolvendo recursos de emendas parlamentares, com alcance nacional e um total de R$ 824,5 milhões. A investigação aponta que o esquema operava em pelo menos 12 estados, incluindo a Paraíba, onde o grupo movimentou mais de R$ 30 milhões.
Segundo a CNN, Moura teria ligação direta ou indireta com o partido União Brasil, tanto na Paraíba quanto em outros estados, através de emendas parlamentares. Ele também ocupa um cargo no diretório nacional do partido, indicado pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. A PF vê no caso o potencial de se tornar uma nova Lava Jato, dada a escala e a complexidade das fraudes.
A investigação aponta que Moura, que atuava como operador de uma quadrilha, desviava recursos de emendas destinadas ao Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS) e prefeituras. O esquema envolvia licitações fraudulentas e superfaturadas, com o dinheiro sendo lavado por meio de empresas de fachada.
De acordo com a PF, o grupo teria movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão nos últimos quatro anos, com R$ 800 milhões provenientes de contratos firmados apenas em 2024. Além de serviços de coleta de lixo, as empresas de Moura e suas empresas de fachada participaram de licitações para obras, dedetização e fornecimento de material escolar.
O esquema foi detectado pela Controladoria-Geral da União (CGU) durante auditorias sobre o uso de recursos de emendas parlamentares, e as informações foram encaminhadas à Polícia Federal para investigação.