O crescimento das apostas on-line, conhecidas como bets, está gerando sérios problemas sociais no Brasil, incluindo comprometimento da renda, bem-estar emocional dos apostadores e suas famílias, além de casos de depressão, ansiedade, perda de emprego e até suicídio. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou esse fenômeno como uma verdadeira pandemia e defendeu a proibição da publicidade desse tipo de jogo como uma medida para conter o problema.
Na Paraíba, o deputado estadual Chió (Rede) pediu à Assembleia Legislativa que inicie um debate aprofundado sobre a proibição das propagandas das bets, com o objetivo de reduzir o impacto do jogo patológico. “As bets são a ruína de muitas famílias brasileiras. Esse processo começa com campanhas publicitárias que injetaram mais de R$ 2,4 bilhões em redes sociais, promovendo a ideia de enriquecimento rápido, mas o resultado é o oposto”, afirmou Chió. Ele destacou que muitos apostadores se endividam, adoecem psicologicamente e, em casos extremos, chegam ao suicídio.
Um levantamento do Instituto Locomotiva revela que cerca de 25 milhões de brasileiros, quase 10% da população, estão envolvidos com cassinos virtuais, e 86% deles possuem dívidas. Os gastos com apostas on-line alcançaram R$ 68,2 bilhões em um ano, resultando em um prejuízo de R$ 23,9 bilhões, conforme dados do Banco Itaú. Além disso, o Ministério da Saúde registrou um aumento de 53% nos atendimentos a pessoas com problemas relacionados à compulsão por jogos em 2023.