disputa na oab

Instituto que coloca Harrison à frente de Paulo Maia tem histórico de erros em pesquisas

⸗ mauriliojunior.com

redação

A recente pesquisa divulgada pela empresa IP4 sobre a eleição para a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil na Paraíba (OAB-PB) acendeu um debate fervoroso dentro da classe jurídica. O levantamento aponta que o atual presidente da OAB-PB, Harrison Targino, estaria à frente de Paulo Maia com 46% das intenções de voto, enquanto Maia teria apenas 29%. No entanto, esse cenário amplamente divulgado gerou controvérsia e desconfiança entre advogados experientes e militantes que conhecem bem o histórico das eleições da Ordem, especialmente ao compararem com um episódio semelhante em 2015.

Em 2015, o Instituto IP4 havia feito previsões semelhantes em favor de Carlos Frederico, que concorria contra Paulo Maia. Na época, as pesquisas indicavam uma vitória folgada de Frederico, mas o resultado nas urnas foi outro: vitória de Paulo Maia.

Agora, com a divulgação da nova pesquisa, advogados que viveram aquela disputa voltaram a expressar desconfiança sobre a precisão dos números. Para eles, o cenário atual parece uma repetição do passado, onde as pesquisas não captaram o verdadeiro sentimento da advocacia paraibana.

Diversos advogados militantes da Paraíba têm relatado que levantamentos internos indicam um quadro muito diferente do que foi apresentado pelo IP4. De acordo com essas fontes, Paulo Maia estaria à frente de Harrison Targino em todas as regiões do estado, com exceção de Campina Grande, cidade natal de Targino. Mesmo assim, a vantagem de Targino em Campina Grande seria bem menor do que a divulgada pela pesquisa.

Os advogados que contestam a pesquisa acreditam que Harrison Targino estaria recorrendo a uma estratégia conhecida da velha política: a divulgação de pesquisas otimistas para criar uma sensação de vitória inevitável e influenciar a opinião pública. Contudo, esses mesmos advogados afirmam que a base da advocacia estaria rejeitando essa narrativa, refletindo o que ocorreu em 2015, quando o favoritismo aparente não se traduziu nas urnas.

A crescente desconfiança entre os advogados paraibanos fez com que uma frase bíblica fosse lembrada por um militante da categoria: “A soberba precede a queda”. A declaração se refere à percepção de que Targino estaria tentando se antecipar ao resultado das urnas, ignorando o descontentamento real dos advogados de várias regiões do estado, do litoral ao sertão.