A fumaça registrada no céu do Ceará nos últimos dias é oriunda das queimadas na região amazônica, mas não só. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), as partículas também vêm de incêndios que ocorrem no continente africano.
A baixa umidade relativa do ar, característica desta época do ano, facilita o transporte de aerossóis (poeira e poluição) da superfície para a atmosfera.
Agregada a isso, a fumaça presente em baixos, médios e altos níveis da troposfera (camada da atmosfera mais próxima da superfície), contribui para a cor acinzentada do céu.
Além do fogo da região amazônica, as partículas de fumaça do Pantanal e de outras regiões com incêndios são transportadas por meio da circulação atmosférica.
A fumaça das queimadas do continente africano, por sua vez, são transportadas pelo vento de Leste sobre o Oceano Atlântico na direção do Nordeste do Brasil, conforme a Funceme.
“Também há contribuição local, devido a focos de calor e incêndios pontuais que ocorrem, ainda em pequena quantidade, no interior do Nordeste do Brasil”, diz a nota divulgada pela Fundação.
Lucas Fumagalli, meteorologista da Funceme, explica que uma frente fria que deve atingir a região do Pantanal entre esta sexta-feira, 23, e domingo, 25, pode amenizar as queimadas. Como consequência, o céu pode ter o aspecto melhorado.
“Mas tudo depende da quantidade de focos de calor que vamos ter nos próximos dias, tanto na América do Sul quanto no continente africano”, afirmou em entrevista na rádio O POVO CBN.
O meteorologista atenta ainda para a tendência de tempo seco no Ceará, com pouca possibilidade de chuva. “Esse período é favorável tanto para a manutenção como para a intensidade de focos de calor”, diz.