Uma leoa está gravemente ferida no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a Bica, em João Pessoa, após atrito com outra felina. Foi o que relatou nesta terça-feira (12/03) o vereador Marcílio do HBE (PRD).
O parlamentar foi a Bica após o deputado estadual Professor Francisco (Rede Sustentabilidade) cobrar uma posição da Secretaria de Meio Ambiente de João Pessoa. O deputado afirmou que está tomando medidas judiciais para garantir o tratamento da leoa.
Vereador contesta
Marcílio do HBE contestou a necessidade de tratamento intensivo do animal. Segundo ele, a leoa, que já tem idade avançada, 18 anos, não pode ficar sendo anestesiada toda hora para trocar curativo. “Isso está sendo feito semanalmente. Acredito que as filmagens sejam anteriores ao tratamento”, afirmou.
“[As feridas] são resultado de um atrito entre as duas leoas, que são quase da mesma idade. A gente constatou cuidado por parte dos biólogos e veterinários da Bica. Estou aqui para esclarecer que vi, visitei e constatei o tratamento executado, com machucados já bem cicatrizados. A leoa apresentava estado ótimo em sua jaula e estava cheia de vitalidade”, relatou.
O que diz a Prefeitura de João Pessoa
A Secretaria do Meio Ambiente (Semam) de João Pessoa vem restabelecer a verdade sobre o caso da leoa Mimi, um dos animais do Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a Bica. O secretário titular da pasta, Welison Silveira, esteve no local nesta terça-feira (12) e constatou que o animal vem passando por intenso tratamento de saúde, no qual os médicos veterinários da Bica estão dando toda a atenção necessária aos cuidados da leoa, de maneira que ela possa se recuperar da forma adequada.
“Estivemos na Bica e ficou constatado que ela está sendo tratada adequadamente. O tratamento está priorizando o bem-estar do animal. É importante esclarecer que o caso da leoa Mimi é muito comum até em animais domésticos. É uma infecção na pele, que necessita de um tratamento a longo prazo. Ainda tem a ferida, porém com menos infecção. Mimi é animal idoso e necessita de tratamento a longo prazo”, explicou Welison Silveira.
O secretário do Meio Ambiente acrescentou que animais como a leoa Mimi não têm mais condições de voltar para a natureza e precisam ser mantidos em locais como a Bica, que além de ser um zoológico é também um centro de reabilitação.
“A gente está de portas abertas a qualquer autoridade que possa vir visitar, ONGs, qualquer cidadão que quiser mais informações. Esse é o tipo de tratamento que a gente dá, com enriquecimento alimentar, com atendimento de médicos veterinários, profissionais capacitados. Restabelecer a verdade é importante e a transparência”, afirmou.
Como é feito o tratamento – O médico veterinário da Bica, Thiago Nery, explicou em detalhes como está sendo feito o tratamento de Mimi. Ele informou que o animal foi ferido pela leoa Leona, que tem um porte maior. Thiago ressaltou que para o tratamento ter maior eficácia é essencial respeitar as limitações do bicho.
“Como é um animal muito idoso, obviamente a imunidade é baixa, a recuperação é bem mais lenta e, de fato, ela tem uma ferida que está sendo tratada naturalmente, da forma menos invasiva possível, respeitando as limitações do animal, que é um animal idoso”, enfatizou.
O especialista continuou detalhando que um dos itens especiais para a eficácia do tratamento é manter Mimi longe do estresse. “Jamais alguém ia pensar em submeter um animal desse a uma anestesia geral para tratar um ferimento. A Mimi é uma comilona, então isso facilita muito a administração dos medicamentos. Mas no geral, a gente prioriza, por questão de bem-estar também, o tratamento menos invasivo, deixando o animal mais confortável possível. Porque, um animal nessa idade, estar menos estressado também é recuperação do processo. Isso aumenta a imunidade dele”, concluiu.