Causou forte rebuliço na Paraíba a informação de que câmeras escondidas foram encontradas no Hospital Padre Zé, em João Pessoa.
O caso está sendo tratado como ‘BBB do Padre Egídio’ e a especulação é de que, em caso de gravações, o conteúdo pode comprometer muita gente graúda na Paraíba.
A informação surgiu neste domingo (04.02.2024), através de apuração do jornalista Clilson Júnior, do ClickPB, e também confirmada no Pleno Poder, de João Paulo Medeiros, no Jornal da Paraíba.
Na semana passada, o Tribunal de Justiça da Paraíba referendou a decisão cautelar do desembargador Ricardo Vital em prender o religioso e mais duas ex-diretoras no dia 17 de novembro de 2023 por “ocultação de provas”.
É curioso que o Padre Egídio tenha esquecido de ocultar justamente as câmeras, se estas tenham sido colocadas pelo próprio.
Caso Padre Zé
O padre Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, foi preso foi preso no dia 17 de novembro de 2023. Segundo as investigações, ele comandava um esquema de desvios de recursos públicos estimados em cerca de R$ 140 milhões.
As investigações levaram a 29 imóveis, com propriedade dele ou de terceiros, na Paraíba, em Pernambuco e em São Paulo. Um dos imóveis, uma cobertura com piscina em João Pessoa, está avaliado em R$ 2,4 milhões.
Entre objetos de arte, roupas de grife e objetos de decoração, os policiais encontraram garrafas de vinho avaliadas em mais de R$ 2 mil cada. Só em 2022, Padre Egídio teria gasto R$ 110 mil com a bebida.
Em uma das propriedades, um canil tinha pelo menos nove cães avaliados em R$ 15 mil cada.
Segundo a polícia, a manutenção do custo de vida do Padre superava R$ 100 mil por mês.
Padre Egídio dirigiu o instituto e o hospital de 2012 até setembro deste ano. Para os investigadores, a partir de 2013 ele liderou o esquema de desvios de recursos públicos, chamados pelo grupo de “Devoluções”. Padre Egídio ainda fez empréstimos em dois bancos em nome das instituições.