Manter-se dentro do peso ideal é muito mais do que um propósito estético. O combate à obesidade e ao sobrepeso é um problema de saúde mundial e estima-se que mais da metade da população global (cerca de 4 bilhões de pessoas) estará acima do peso ou com obesidade até 2035 caso não sejam adotadas ações significativas para conter o problema.
No Brasil, a estimativa é de que 41% dos adultos tenham obesidade nos próximos 11 anos. Atualmente, esse percentual é de 17,1%, segundo o Ministério da Saúde. Dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) apontam que entre 60% e 90% dos portadores da doença estejam também com obesidade, sendo que a incidência é maior após os 40 anos.
Mas o que fazer nos casos mais graves, quando a saúde começa a ficar bastante comprometida pelo excesso de peso?
Com mais de 13 anos de experiência, o cirurgião digestivo e bariátrico, Dr. Leandro Nóbrega, orienta sobre os cuidados necessários para manter uma vida mais saudável e equilibrada.
A orientação de especialistas, dietas, exercícios e reeducação alimentar são caminhos importantes para a saúde. No entanto, nos casos mais severos, onde se detecta obesidade e/ou riscos para a saúde é importante avaliar a cirurgia bariátrica como opção de tratamento.
“É essencial que o paciente só considere a cirurgia bariátrica como uma opção apenas após esgotar outras alternativas e receber orientação da cirurgia através de profissionais como psicólogos, nutricionistas e endocrinologistas que conduzam para a consulta com um cirurgião bariátrico com RQE (Registro que qualifica um médico como capaz de fazer esta cirurgia) nessa busca pela saúde. O cirurgião médico, em parceria com o paciente, avalia criteriosamente se a cirurgia é a escolha mais adequada, levando em consideração diversos aspectos, incluindo o risco à saúde”, destaca o especialista.
Em relação às mudanças de estilo de vida, Dr. Leandro Nóbrega ressalta a importância de abordar a cirurgia bariátrica como parte de um plano mais amplo. “A implementação de hábitos alimentares saudáveis, atividade física regular e disciplina são fundamentais, independentemente da escolha da cirurgia”, explica.
É necessário também reconhecer que a intervenção cirúrgica para controle do peso demonstra eficácia em termos de resultados duradouros quando o indivíduo adota esses hábitos: mudanças na rotina de exercícios e de alimentação, assim como o tratamento para compulsões alimentares quando identificado.
Ao considerar a busca por um cirurgião bariátrico, é indicado procurar esclarecimentos no site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e também observar se o profissional possui o Registro de Qualificação de Especialista em Cirurgia Digestiva (RQE) que implica na realização da Residência Médica pelo profissional na devida área de atuação. Essa busca é importante para tomar uma decisão segura e ter garantia do atendimento por médicos qualificados e certificados na área. O maior benefício da cirurgia bariátrica e metabólica, além da perda de peso é a remissão das doenças associadas à obesidade, como diabetes e hipertensão, diminuição do risco de mortalidade, aumento da longevidade e melhoria na qualidade de vida.
Crescimento da Cirurgia Bariátrica no Brasil
Segundo dados da Agência Nacional de Saúde (ANS) e informações divulgadas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCM), em 2022, mais de 65 mil cirurgias bariátricas foram realizadas por meio de planos de saúde, representando um aumento significativo em relação ao ano anterior, o que reflete diretamente no crescimento dos índices de obesidade e na procura de meios que possam contribuir na luta pelo emagrecimento.
O papel do cirurgião bariátrico é fundamental nesse processo. O Dr. Leandro Nóbrega enfatiza que a cirurgia bariátrica não deve ser encarada como uma meta pessoal, mas sim como uma possível solução para indivíduos que não conseguiram obter êxito no emagrecimento ou até mesmo se encontram em uma situação de risco de saúde após o tratamento clínico, abordagem inicial para combater o excesso de peso, que engloba práticas como dieta, exercícios físicos, uso de medicamentos e supervisão profissional.