novos ataques

Secretário de Bruno define oposição como “indigna” e de agir por “interesses pessoais”

Por Maurílio Júnior

O secretário de Comunicação e chefe de gabinete do prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil), Marcos Alfredo, definiu a oposição na Câmara Municipal de Campina Grande de “indigna”. O auxiliar do gestor também acusou os oposicionistas de agirem por “interesses pessoais”. Em texto publicado neste domingo, Marcos reagiu a não votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024 por parte dos vereadores. A Casa cobra do prefeito a sanção das emendas impositivas, dispositivo já utilizado em outras Casas legislativas, como Câmara dos Deputados, Senado, Assembleia Legislativa e Câmara de João Pessoa.

“(…) há claras manobras de uma oposição que alimenta uma pauta contaminada por interesses políticos corrosivos à realidade do cidadão. E isso é muito grave”, diz Marcos, que acrescenta ao seu texto a seguinte avaliação: “Três tipos que Campina Grande odeia e a terceira abomina: os covardes, os oportunistas e os manipuladores. Portanto, lutar contra eles não é uma opção. É uma missão”.

Nesse sábado (30), o prefeito Bruno chegou a ameaçar a abordar, segundo ele, “o debate real gira em torno de outros assuntos que em outra oportunidade”, mas que, “espero que esta questão da Lei Orçamentária já tenha sido resolvida antes que isso se faça necessário”.

Também ontem, um assessor do prefeito inflamou a crise com o legislativo ao acusar os vereadores de quererem dinheiro para aprovar a LOA. Um outro assessor do gabinete do prefeito chamou os parlamentares de “bando de canalhas”. A oposição emitiu nota e cobra retratação dos servidores envolvidos, além do próprio prefeito, para que a reunião aconteça na próxima terça-feira (02).

Uma reunião entre oposição e Bruno iria acontecer hoje, mas foi adiada. Isso porque o local escolhido pelo prefeito desagradou os vereadores. O encontro iria acontecer na casa do falecido avô de Bruno, Ivandro Cunha Lima. A bancada de oposição entende que o tema deve ser tratado de maneira institucional e que o local escolhido seria a CMCG. Segundo Bruno, a casa de Ivandro havia sido escolhida porque seu avô “foi um dos políticos mais honesto e respeitado da Paraíba”.

Confira o texto de Marcos Alfredo

Crise da LOA: algumas ponderações e um alerta

A atual crise gerada pelo adiamento da votação e aprovação, ainda este ano, da Lei Orçamentária Anual de 2024 pela Câmara de Vereadores está colocando todo o Município em alerta e as instituições, em xeque.
Há uma preocupação inicial, por parte do prefeito Bruno Cunha Lima e pelo próprio presidente Marinaldo Cardoso, da Câmara, que é essencial neste momento: não é recomendável, prudente e aceitável que a crise se traduza numa mera queda de braço entre os poderes Executivo e Legislativo.

Sempre que eclode um conflito nessa dimensão – como é este o caso, de deixar o Município sem o seu principal instrumento para funcionamento geral dos serviços -, há se de fazer a pergunta premiada: a quem está interessando isso?

É exatamente nesse ponto que as atenções de todos devem estar focadas. E quanto a isso não parece haver dúvidas: sob uma cortina de pretextos louváveis, que incluem autonomia do Legislativo, autoafirmação institucional ou mesmo a legitimidade dos vereadores de discordarem da peça orçamentária encaminhada pelo Executivo, há claras manobras de uma oposição que alimenta uma pauta contaminada por interesses políticos corrosivos à realidade do cidadão. E isso é muito grave.

Subjulgar uma cidade inteira de 420 mil habitantes às circunstâncias de uma agenda política que prioriza a luta pelo poder e mantém uma indiferença olímpica aos interesses dos municípes deve ser denunciado e condenado, sim. A história está sendo construída na nossa frente. Tão indigno quanto ser parte dessa conflagração de interesses pessoais ou de grupos é fazer de conta que isso seria mera ficção ou discutível teoria da conspiração.

Três tipos que Campina Grande odeia e a terceira abomina: os covardes, os oportunistas e os manipuladores. Portanto, lutar contra eles não é uma opção. É uma missão.