Indicado ao STF pelo presidente Lula (PT), o ministro da Justiça, Flávio Dino, citou, nesta quarta-feira (13/12), durante sabatina no Senado, o exemplo de um paraibano para justificar a sua ida, um político, para Suprema Corte. Trata-se do ex-governador do estado e ex-prefeito de João Pessoa Oswaldo Trigueiro.
Nascido em Alagoa Grande, Trigueiro foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal por decreto de 16 de novembro de 1965 do Presidente Castelo Branco e presidiu a Corte entre 1969 e 1971.
Para Dino, a história mostra que não é “estranha” a presença de políticos nas Supremas Cortes tanto do Brasil como de outros países como os Estados Unidos. No Brasil o posto já foi exercido por ex-deputados, senadores e ex-governadores.
“No Brasil, nós temos também uma longa linhagem de Parlamentares, Deputados, Senadores, ex-Governadores que tiveram a honra de figurar no Supremo Tribunal Federal e agregar saberes nascidos dessa prática para que a Suprema Corte possa dirimir os conflitos ali submetidos”, disse, ao acrescentar:
“Lembro desde o venerável Hermes Lima, um dos mais ilustres Ministros da Suprema Corte, que foi Deputado Federal; lembro de Oswaldo Trigueiro, que foi Governador; lembro de Oscar Dias Corrêa, que foi Deputado Federal; lembro de Célio Borja, que foi Deputado Federal; lembro de Nelson Jobim, meu professor e querido amigo; e lembro de um dos oradores mais combativos a que o Senado já assistiu, que foi o querido ex-Senador Paulo Brossard, tribuno, respeitado por todas as correntes políticas brasileiras e que figurou — posteriormente à sua passagem marcante pelo Senado, brilhante, combativa, forte —, fortificou ali, no Supremo Tribunal Federal”.
“Portanto, evoco essa tradição para dizer que me sinto muito confortável de aqui estar, nesta dupla condição, para ser examinado no que se refere aos requisitos constitucionais”, finalizou.