O Globo A professora Samara de Araújo Oliveira, de 23 anos, foi solta por volta das 9h15 desta sexta-feira após oito dias na prisão, para onde foi levada quando lecionava numa escola de Rio Bonito, na Região Metropolitana do Rio. Samara é acusada de participar de um crime de extorsão ocorrido em São Francisco, cidade do interior da Paraíba, em setembro de 2010, quando tinha 10 anos. A saída do Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, na Zona Norte do Rio, foi discreta. O pai da jovem, o encarregado de transporte Simário Santana de Oliveira, de 48 anos, disse que a filha está “muito abatida”.
— Não está nem conseguindo falar comigo, está muito abatida — disse o pai da professora, no reencontro.
A Justiça do Rio determinou a soltura de Samara na madrugada desta sexta-feira, expedido às 2h. A decisão é do juiz do plantão Orlando Eliazaro Feitosa, da Comarca da Capital, no Rio de Janeiro.
O crime, ocorrido há 13 anos, foi contra um funcionário do Mercadinho Vieira, que funcionava como representante da Caixa Econômica Federal, em São Francisco, cidade do interior da Paraíba. O homem foi obrigado a fazer oito transferências de R$ 1 mil cada após ser ameaçado de morte.
Após a soltura da filha, Araújo afirmou que a professora foi vítima de um crime e, por um erro da Justiça, acabou na prisão.
— Ela é uma inocente que foi julgada e culpada por um crime que alguém roubou os documentos dela, cometeu um crime quando ela ainda era criança, e a Justiça fez um procedimento totalmente errado, então, certamente a gente vai expor isso, mas no momento certo.
O que o Ministério Público e a Justiça da Paraíba não perceberam na hora de expedir o mandado de prisão contra a jovem, mais de uma década depois, é que ela era apenas uma menina de 10 anos à época do crime, sendo inimputável perante a lei.