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Chió cobra medidas sobre uso de agrotóxicos cancerígenos e preservação do Rio Gramame

Por Maurílio Júnior

Dados de estudos da Fiocruz apontam para uma relação preocupante entre o consumo de produtos com agrotóxicos e a incidência de câncer, principalmente em regiões de monoculturas, aumentando a taxa de mortalidade. A questão foi pautada, nesta terça-feira (28), pelo deputado estadual Chió (Rede) na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). O parlamentar busca implementar ações pela vida e saúde do povo paraibano.

“É incrível a quantidade de veneno liberado, principalmente no Governo Bolsonaro, quando a boiada passou com mais de 2 mil agrotóxicos liberados, muitos proibidos nos Estados Unidos e na Europa. Temos, aqui na Assembleia, a necessidade de pautar uma agricultura e agropecuária com menos uso de insumos, com baixo ou nenhum uso de agrotóxicos para que a gente possa melhorar a alimentação e ajudar o povo a ter mais saúde. Precisamos, aqui, construir políticas públicas pertinentes para fazer esse enfrentamento”, afirmou Chió.

Também nesta terça, o Plenário do Senado vota um projeto que altera a atual lei dos agrotóxicos no Brasil, flexibilizando as regras de aprovação e comercialização dos produtos no Brasil. Caso aprovado, entre as mudanças, o novo texto centraliza a liberação e a fiscalização de pesticidas no Ministério da Agricultura e Pecuária. Atualmente, o processo é analisado por outras duas pastas, o Ministério do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, por meio do Ibama, e o Ministério da Saúde, pela Anvisa.

Entidades e ativistas do meio ambiente têm criticado a proposta e alertado sobre seu risco. O Instituto Mercy For Animals Brasil, por exemplo, explicou que o texto coloca em risco a segurança alimentar dos brasileiros.

“Estamos vivendo uma epidemia de câncer. Quantas são as pessoas que estão no nosso cotidiano e que perdemos para o câncer? É muito doloroso. Uma das principais causas da mortalidade por câncer é a alimentação. Para nós, brasileiros, essa comida tem mais veneno do que qualquer coisa. É inadmissível que isso esteja acontecendo diante dos nossos olhos”, ressaltou o parlamentar.

Outra preocupação com o meio ambiente é por ações que busquem a conservação e preservação do Rio Gramame, uma das demandas da comunidade de Gramame, presente na Assembleia Legislativa nesta manhã.

“O Rio Gramame tem mais de 54km, é o rio que abastece a grande João Pessoa e tantas outras cidades desde Pedras de Fogo, está passando por poluição e vem sendo destruído pela especulação imobiliária, pelo uso indiscriminado de agroquímicos. É preciso que a sociedade tenha um olhar para preservar esse rio tão importante e que tenhamos ações afetivas para cuidar dessa bacia tão importante”, finalizou o parlamentar.