A defesa do Padre Egídio pediu, nesta terça-feira (21/11), ao desembargador Ricardo Vital, do Tribunal de Justiça da Paraíba, para que a prisão cautelar seja derrubada ou convertida em domiciliar. Segundo o pedido, o religioso é portador de várias doenças como mental e fisiológica, além da necessidade cuidar de familiares adoecidos. Diz o pedido que o Padre Egídio tem sob sua única e exclusiva responsabilidade, sendo imprescindível seus cuidados a sua genitora que tem 92 anos, além de uma irmã, que estaria esquizofrênica.
A defesa aponta que Egídio “já teve parte de sua intimidade exposta e humilhada pelos meios de comunicação”. A peça também argumenta que, “os documentos digitais e dados apresentados sobre essa temática tem proteção total garantida pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), onde, mesmo não sendo aplicada atividade de investigação de e repressão de infrações penais, ou seja, mesmo sendo possível relativizar esta proteção para o Estado Juiz, esta mesma não pode ser compartilhada com outros meios, sendo classificados pela LGPD como dados sensíveis, portanto, gozando de proteção máxima”.
Padre Egídio de Carvalho Neto, 56 anos, é suspeito de liderar um esquema criminoso que teria desviado R$ 140 milhões do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA) ao longo dos últimos 10 anos.
A defesa do Padre também faz críticas ao Ministério Público pelo recurso do pedido de prisão ao Tribunal de Justiça da Paraíba. “(…) mesmo com todos os elementos apresentados, não se conclui por um valor exato de desvio, nem mesmo em estimativa, sempre variando a cada narrativa do órgão ministerial, mas sempre se valendo de termos como “enorme quantia”, “vultosos valores”, mas sem nenhuma exatidão em valores, e mais, sem os efetivos meios de comprovar a o destinatário final dos valores supostamente pagos, e a finalidade de tal pagamento”.