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Padre Zé: defesa alega uso de recursos federais em escândalo e pede incompetência da Justiça da Paraíba

Por Maurílio Júnior

A defesa das ex-diretoras do Hospital Padre Zé, Amanda Duarte e Janine Dantas, presas no âmbito da operação que investiga um desvio milionário na unidade filantrópica, apresentou à Justiça nessa segunda-feira um pedido de anulação das decisões referentes ao caso. O recurso foi apresentado à 4ª Vara Criminal de João Pessoa e o motivo seria a incompetência da Justiça paraibana de julgar o processo por conta do suposto uso de emendas federais no desvio milionário envolvendo o Padre Egídio. Para defesa, o caso deve ser apreciado pela Justiça Federal.

“(…) é de se registrar que a competência de fiscalização e apuração de eventuais ilícitos ou malfeitos incidentes sobre tais recursos são atraídos pela competência do órgão primevo, ou seja, da entidade federal, sendo pois INCOMPETENTE, a justiça estadual para conhecer e processar quaisquer eventuais demandas que versem sobre o tema, sendo NULOS DE PLENO DIREITO, todo e qualquer ato, providência ou decisão que sobrepuje a competência devida”, diz a defesa.

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O advogado Diego Wallace argumenta que o atual gestor do Hospital Padre Zé, Padre George, revelou em recente entrevista que uma emenda de 2018 do ex-senador José Maranhão sumiu. O dinheiro seria usado em um projeto da Fundação Padre Pio, mas tinha como intermediário o Instituto São José, presidido pelo Padre Egídio. Dos R$ 200 mil em emenda, apenas R$ 20 mil chegou aos cofres da entidade até então presidida pelo Padre George.

“Por reiteradas oportunidades, o Ministério Público demonstrou desconhecer quais verbas foram supostamente acrescidas ao patrimônio pessoal dos investigados (se estaduais ou federais), especialmente do investigado EGÍDIO DE CARVALHO haja a vista a CONFUSÃO PATRIMONIAL apontada”, diz a defesa das ex-funcionárias.

Além das duas, o Padré Egídio de Carvalho Neto, 56 anos, foi preso na última sexta-feira (17), suspeito de liderar um esquema criminoso que teria desviado R$ 140 milhões do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA).