Caixas com itens doados pela Receita Federal ao Hospital Padre Zé foram levadas em uma caminhonete por uma única pessoa durante o bazar da entidade no dia 1º de agosto. Um vídeo mostra o exato momento que um homem deixa o Centro Social Arquidiocesano São José com várias caixas enquanto uma fila enorme de pessoas aguardava para ser atendida.
Em entrevista à TV Arapuan, nesse sábado (21), o ex-funcionário do hospital Samuel Segundo, ex-braço direito do Padre Egídio, ex-diretor do Padre Zé, afirmou que a família do religioso deixou local carregando mais de dez caixas pesadas até uma caminhonete.
“Não fui eu e nem minha família que fomos filmados saindo em uma caminhonete da família do padre [Egídio] com mais de dez caixas pesadas. Eles saíram com perfumes, patinetes, vestuários e itens. Eles tiveram acesso privilegiado a esses itens que seriam vendidos no primeiro bazar”, acusou Segundo.
Por meio de nota, a defesa do padre Egídio de Carvalho disse que não vai se pronunciar sobre as denúncias feitas por Samuel Segundo e que o padre está à disposição para colaborar com as investigações.
Escândalo do Hospital Padre Zé
O escândalo no Hospital Padre Zé estourou em setembro, após uma denúncia de furto de celulares doados pela Receita Federal para angariar recursos para a unidade de saúde.
Samuel Segundo, que foi braço direito de Padre Egídio, acusa o religioso de autorizar a venda dos aparelhos telefônicos e ficar com dinheiro.
Segundo Segundo, R$ 200 mil foi entregue por ele ao Padre Egídio, que vivia uma vida de luxo, em imóveis de luxo em João Pessoa, no Conde e em São Paulo.
No último dia 5 de outubro, endereços ligados ao Padre Egídio foram alvos de mandados de busca e apreensão da operação deflagrada pelo Gaeco, do Ministério Público do Estado da Paraíba, e Polícia Civil.