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SESI define diretrizes para atendimento de alunos da educação inclusiva

Por Maurílio Júnior

“Somos o que somos, inclassificáveis” é o que canta Ney Matogrosso na música Inclassificáveis, de autoria de Arnaldo Antunes. O verso do refrão traz um dos princípios de uma educação inclusiva: reconhecer a singularidade humana, sem rótulos. Pela primeira vez, para acolher essas diferenças em todas as salas de aula, o Serviço Social da Indústria (SESI) lança um documento orientador com diretrizes com o intuito de que a comunidade escolar possa desenvolver práticas educacionais inclusivas.

O guia “Educação Inclusiva nas escolas da rede SESI” foi feito de acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e é composto por ações para acolhimento de pessoas com deficiência, transtorno do espectro autista (TEA), superdotação ou altas habilidades. A proposta é que toda a rede SESI utilize o guia e adapte as orientações à realidade da escola. O documento pode ser acessado neste link.

Além desse primeiro passo, o SESI prepara um curso de educação inclusiva pela Unindústria e a oferta de uma pós-graduação sobre o tema em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG).

Como construir uma escola hospitaleira 

Para construir uma escola que acolha a todos, é preciso seguir algumas premissas. As recomendações do SESI para implementação de uma educação inclusiva são:

Saiba aqui os 8 passos para garantir uma educação inclusiva

O documento orientador conta também com formulários de anamnese de matrícula e acompanhamento do aluno. A anamnese é o diálogo estabelecido entre um profissional e o aluno especial com o objetivo de ajudá-lo a lembrar de situações que podem estar relacionadas a sua condição e necessários para o seu desenvolvimento e sua vivência escolar.

Algumas das perguntas dos formulários são: se o aluno prefere brincar sozinho ou com amigos, se precisa de ajuda para fazer alguma atividade e se gosta de ir à escola. Há também no guia uma lista de produtos de tecnologia assistiva, que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência, como mouses adaptados ou aparelhos que envolvem a palma da mão para auxiliar na digitação.

O documento foi lançado durante a primeira edição do Seminário Internacional de Educação Inclusiva SESI, que ocorreu de 24 a 26 de agosto. A escola SESI Reitor Miguel Calmon, em Salvador (BA) abriu as portas para o evento.

Antes do lançamento, as especialistas em educação inclusiva Maria Teresa Eglér Mantoan, Rosângela Machado e Kátia Marangon, gerente do Centro SESI de Formação em Educação, participaram da palestra “A escola hospitaleira”. O SESI convida que todas as escolas da rede sejam acolhedoras, a partir das diretrizes apresentadas no documento orientador.

Maria Teresa Mantoan explicou que hospitalidade significa “abrir a porta da escola para todos os alunos”. Denominar a escola inclusiva como hospitaleira, para ela, é entender o que de fato se quer quando se fala em educação inclusiva.