Ministro da justiça

Flávio Dino enquadra André Valadão e diz que pastor responderá por incitação à morte

Por Maurílio Júnior

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou, nesta terça-feira (4/7), que o pastor André Valadão “responderá” pelos problemas com a lei que ele tem causado, após mais um episódio de LGBTFobia cometido em um culto na igreja que lidera, a Lagoinha de Orlando (EUA), viralizar nas redes sociais.

Em um vídeo de um trecho da pregação de Valadão em um culto do domingo (2/7), o líder religioso sugeriu que fiéis matassem pessoas da população LGBTQIAPN+ ao dizer que se Deus pudesse ele “matava tudo e começava tudo de novo”, mas não pode e por isso “agora é com vocês”.

“Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais”, afirma o pastor. “Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora tá com vocês”, disse ele em um trecho da pregação.

Pelo Twitter. Dino comentou o episódio sem citar o nome de Valadão, a quem se referiu como “suposto cristão”. O ministro disse que, além da lei, o líder religioso tem problemas com Jesus Cristo, “que pregou amor, respeito e não violência contra pessoas”.

“O suposto cristão que propaga ódio contra pessoas, por vil preconceito, tem no mínimo dois problemas. Primeiro, com Jesus Cristo, que pregou amor, respeito, não violência contra pessoas. “Amar ao próximo como a si mesmo”, disse Jesus.”, escreveu o ministro.

“Segundo, com as leis, e responderá por isso”, acrescentou Dino. Na segunda-feira (3/7), a deputada federal Erika Hilton pediu a prisão de André Valadão. A parlamentar protocolou, junto ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), um pedido de investigação que atribui ao pastor o crime de incitação e de homotransfobia.

“É importante dizer que a fala, independentemente do contexto em que foi dita, apresenta um perigo de absoluta preocupação, sobretudo no contexto em que o Brasil figura no topo da lista de países que mais matam e violentam pessoas LGBTQIA+ em todo o mundo”, ressaltou a deputada no documento.