Durante a sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) desta terça-feira (20/06), que apura os autores e financiadores dos atos golpistas do dia 08 de janeiro, em Brasília, o deputado federal Gervásio Maia (PSB) questionou o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, sobre a interferência da PRF no Nordeste no segundo turno da eleição, no ano passado.
Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Silvinei foi convocado para a Comissão na condição de testemunha para ser questionado sobre a operação da PRF nas estradas no dia 30 de outubro, durante o segundo turno das eleições presidenciais. Ele já é alvo de inquérito aberto pela Polícia Federal por essa ação. A investigação apura se a operação teria como objetivo atrapalhar a chegada de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula Silva, sobretudo no Nordeste, reduto político do petista.
Suplente do colegiado da CPMI, Gervásio afirmou que as operações comandadas por Silvinei tiveram o intuito de interferir no resultado da eleição no Nordeste, por meio de ações que impedissem os eleitores de chegarem aos locais de votação.
“O seu comportamento enquanto ex-diretor foi uma vergonha para o Brasil. E digo isso, porque havia uma decisão do TSE dizendo que as operações não poderiam acontecer no dia da eleição. O senhor interferiu sim, no resultado da eleição no Nordeste. O senhor interferiu sim, no resultado da eleição do meu Estado, o Estado da Paraíba. O senhor não teve sequer a condição de dizer o nome da cidade, do prefeito, que gravou um vídeo no instante em que as operações estavam acontecendo. São números! O Nordeste representa mais ou menos 30% da população brasileira, e foi no Nordeste que o senhor determinou quase 50% das operações que aconteceram no Brasil no dia da eleição. Foi algo premeditado para interferir no resultado das eleições”, afirmou.