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Prefeito do Recife denuncia racismo contra secretário em evento da FNP, em João Pessoa

Por Maurílio Júnior

Secretário de Governo do Recife, Aldemar Santos (à esquerda), e o prefeito João Campos, do Recife, no centro

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), e o secretário de Governo e Participação Social do Recife, Aldemar Santos, denunciaram agora pouco, por meio das redes sociais, ofensa racista durante um evento organizado pela Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), em João Pessoa.

O episódio teria ocorrido quando do momento do cadastramento para o encontro, organizado com o objetivo de discutir o futuro das cidades e encontrar soluções conjuntas para os desafios urbanos, tendo como temas principais o desenvolvimento do setor da mobilidade e demandas atuais, como o piso salarial da enfermagem e a reforma tributária.

Aldemar contou que, após ter sido erroneamente credenciado como representante do município do Jaboatão dos Guararapes, informou à equipe responsável pelo evento sobre o erro. Foi quando a recepcionista teria perguntado se ele estaria ali na condição de segurança de alguma autoridade.

“Já com bastante indignação, perguntei a ela o que a faria crer que eu seria segurança. O fato é que isso acontece quase todos os dias. Comigo, com meus irmãos e irmãs de cor, e eu não posso me calar. Hoje, ocupo um cargo com relativa visibilidade e que me dá um ‘local de fala’ que não me permite silenciar. Não é dado a ninguém que passe por isso: silenciar-se”, disse o secretário do governo João Campos (PSB).

Dema ressaltou ainda que ter sido confundido com um segurança em nada o desabona, “mas, sim, contra o fato das pessoas não acreditarem na possibilidade de um negro está em algum lugar ou condição que elas não acham que é possível”.

O prefeito João Campos prestou solidariedade ao seu auxiliar. “Toda a minha solidariedade ao secretário de Governo do Recife, Dema Santos, depois do caso de racismo ocorrido hoje, durante  credenciamento para encontro da FNP, em João Pessoa”.

“Conversei com o presidente da Frente, Edvaldo Nogueira, que também se solidarizou, repudiou a atitude e afirmou que as devidas responsabilidades serão cobradas. Gestos assim são inaceitáveis e não representam a trajetória da instituição. Qualquer reflexão sobre o futuro das cidades passa pelo enfrentamento a todas as formas de preconceito. Racismo é crime”, acrescentou.