maurílio júnior

PMCG emite nota sobre medida relacionada a cachaças artesanais no Parque do Povo

Por Maurílio Júnior

Fia, produtora de cachaça artesanal em Campina Grande — Foto: Reprodução/Instagram

A Gerência de Vigilância Sanitária (Gevisa) de Campina Grande emitiu nota na tarde nesta sexta-feira (12.maio.2023) em relação as normas adotadas para os barraqueiros que comercializam cachaças artesanais no Parque do Povo durante o São João. O objetivo, segundo o órgão da Prefeitura de Campina Grande, é evitar que bebidas adicionadas de substâncias variadas sejam comercializadas.

“A decisão foi tomada considerando que a Gevisa tem a função de prevenir ou minimizar riscos à saúde da população e considerando que na festa do ano passado, encontramos um sem-número de bebidas acrescidas de substâncias, sejam eles iogurtes, corantes, conservantes e outros, produzidos e envasados em larga escala sem que possamos garantir ao consumidor final a qualidade do produto”, disse a gerente da Gevisa, Betânia Araújo.

A finalidade, esclarece a Gevisa, é garantir a segurança e a saúde dos consumidores, bem como assegurar que os clientes possam verificar os ingredientes consumidos por meio dos produtos com rótulos dentro dos padrões técnicos. As bebidas produzidas na presença do cliente ficam autorizadas, a exemplo de caipirinha.

Ela garantiu ainda que a Gevisa não está proibindo a venda de cachaças artesanais. “Salientamos que não estamos proibindo a comercialização de cachaças artesanais com adição de elementos bem conhecidos da nossa cultura como mel e ervas aromáticas. O que estamos proibindo é o comércio em escala industrial de bebidas preparadas e engarrafas previamente não atendendo normas sanitárias de envase e rotulagem”, disse.

Desespero entre barraqueiros 

A nota técnica da Gevisa estabelecendo normas aos barraqueiros que comercializam cachaças artesanais provocou desespero durante a semana.

@blogmauriliojunior conversou com a simpática Fia, do Bom que Dói, a cachaça artesanal que faz história no São João de Campina Grande há pelo menos 30 anos. Ela se disse “desesperada” com a medida.

“É triste trabalharmos esse tempo todinho, sempre fizemos a nossa cachaça com mel, sempre vendi minha cachaça chamada ‘Bom que Dói’, e a gente acordar e saber que não vamos poder por decisão da Gevisa, que até ontem, a Gevisa não sabia disso, que era proibido, porque recebemos o contrato (com a Arte Produções) para não vendermos a cachaça artesanal. Aí agora a Gevisa exigir que a gente não vai poder vender, realmente, é triste”, desabafou.