O circuito interno de câmeras do Palácio do Planalto gravou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assessores e ministros após a invasão e depredação do prédio em 8 de janeiro.
Imagens divulgadas neste sábado (23) mostram que o chefe do Executivo permaneceu por uma hora no seu local de trabalho. Nos vídeos, Lula parece irritado com o que encontrou.
O presidente, que havia tomado posse em 1º de janeiro, vistoriou salões, corredores e salas atacados por bolsonaristas extremistas que visavam derrubar o governo por meio de uma intervenção militar.
As imagens, tornadas públicas por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também mostram o ministro da Justiça, Flávio Dino, em uma conversa com o colega José Múcio, da Defesa.
Ao todo, são 160 horas de gravação feitas pelas diversas câmeras instaladas dentro e ao redor do Palácio do Planalto. Cópia de todo o conteúdo foi enviado para a Polícia Federal, que investiga os atos criminosos de 8 de janeiro.
Lula e ministros aparecem visivelmente indignados
Lula chegou de carro ao Planalto às 21h24 e subiu direto para a sua sala, no terceiro andar, que não foi invadida em 8 de janeiro. O presidente entrou no gabinete presidencial, que tinha sido invadido.
Em um primeiro momento, Lula parece assustado com o cenário de destruição que encontrou naquela noite de domingo.
Em frente ao gabinete, Lula apontou para um equipamento de combate a incêndio danificado pelos invasores e demonstrou indignação.
Dez militares do GSI aparecem nos vídeos com invasores
Além do então ministro Gonçalves Dias, outros nove integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) aparecem em vídeos no Palácio do Planalto durante a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Trechos das imagens foram divulgadas pela CNN Brasil na quarta-feira (19).
Na sexta (21), Alexandre de Moraes determinou que as imagens deveriam ser disponibilizadas em até 48 horas. Segundo ele, é importante a disponibilização do material que auxilie na identificação dos responsáveis e reforçou a importância “da preservação integral das imagens para posterior perícia”.
Moraes também determinou que todos os servidores identificados sejam ouvidos em 48 horas e pediu que o ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, envie a cópia integral da sindicância instaurada no âmbito do GSI para apurar a conduta dos agentes. Cappelli tornou as imagens públicas na tarde de sábado (22).