O Dalai Lama se desculpou depois que uma filmagem o mostrou perguntando a um menino se ele queria “chupar” a língua do líder espiritual tibetano. Seu gabinete disse que ele queria se desculpar com a criança e sua família “pela dor que suas palavras podem ter causado”. O vídeo também mostra o budista de 87 anos beijando a criança na boca. O caso gerou uma onda de críticas a ele.
“Sua Santidade deseja se desculpar com o menino e sua família, bem como com seus muitos amigos ao redor do mundo, por qualquer dor que suas palavras possam ter causado”, disse sua conta oficial no Twitter em um comunicado. “Sua Santidade costuma brincar com pessoas que conhece de maneira inocente e brincalhona, mesmo em público e diante das câmeras. Ele lamenta esse incidente”.
De acordo com o comunicado, o menino tinha perguntado ao Dalai Lama se ele poderia lhe dar um abraço.
O vídeo foi gravado em 28 de fevereiro, durante uma audiência com o Dalai Lama em McLeod Ganj, subúrbio de Dharamsala, no norte da Índia, onde o líder espiritual vive exilado desde o fracasso da revolta tibetana de 1951 contra o domínio chinês. As imagens viralizaram, porém, neste fim de semana.
Essa não é a primeira polêmica do líder espiritual. Ele já pediu desculpas, numa entrevista de 2019 para a BBC, por ter dito que se uma mulher fosse sucedê-lo, ela “deveria ser mais atraente”. A CNN lembrou ainda que, em 2018, ele sugeriu que a Europa deveria ser guardada para os europeus, ao comentar o aumento do número de refugiados africanos entrando no continente.
“Toda a Europa (irá) eventualmente se tornar um país muçulmano? Impossível. Ou país africano? Também impossível”, disse, acrescentando que é melhor “manter a Europa para os europeus”.
A BBC explicou que o hábito de colocar a língua para fora pode ser uma forma de saudação no Tibete.
O Dalai Lama é o principal líder espiritual do budismo tibetano. Na religião, ele é considerado a reencarnação de seus 13 predecessores. O atual é chamado Tenzin Gyatso.
Ele é o representante do movimento de autonomia tibetana, mas a presença internacional que desfrutava quando recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1989 diminuiu em parte por causa de sua idade, mas também devido à crescente influência econômica e política chinesa.