Na ‘Saúde de Verdade’, uma morte que choca Campina Grande

Por Maurílio Júnior

João José da Silva estava internado no Hospital João XXIII, em Campina Grande

Morreu, no último sábado (22/10), no Hospital João XXIII, em Campina Grande, João José da Silva, de 66 anos.

O paciente foi personagem de uma denúncia formulada pelo vereador governista Alexandre do Sindicato (União Brasil), na Câmara Municipal de Campina Grande, na última semana.

O parlamentar denunciou que João aguardava há cerca de duas semanas por um procedimento na unidade, que é conveniada à Prefeitura de Campina Grande, mas, infelizmente, não ocorreu.

Segundo Alexandre, profissionais do João XXIII têm abordado os parentes de pessoas que aguardam por longos períodos por um procedimento de urgência e sugerido que façam “vaquinhas” para realizar as cirurgias no particular.

Na primeira denúncia, uma parente do paciente informou que o seu pai encontrava-se hospitalizado há 15 dias e só sairá após a implantação de um marca-passo.

No entanto, segundo ela, o médico teria dito que existe uma problemática na compra do equipamento, pois o estado repassa a verba para a Prefeitura, que não paga o valor cobrado pela empresa fornecedora.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Município informou que abrirá uma auditoria para investigar o caso e que “mantém contrato de prestação de serviços com o Hospital João XXIII, na modalidade de rede complementar do SUS, para procedimentos de cardiologia, como é o caso do paciente em questão”.

“Contudo, a SMS esclarece que a responsabilidade de articulação para fornecimento de equipamentos como este é do próprio hospital, sendo o Município responsável pelo pagamento do procedimento. Nesse sentido, importante registrar: a Secretaria vem mantendo com regularidade os pagamentos, através do Fundo Municipal de Saúde”, acrescenta a nota.

Agora atentem para o seguinte trecho da nota da Secretaria de Saúde do Município:

“A unidade hospitalar também justifica que não ter sido possível realizar a cirurgia de implantação de marca-passo no paciente em virtude da dificuldade de fornecimento do material, diante do aumento no preço das órteses e próteses cardiológicas e da redução do financiamento para a compra desses equipamentos pela tabela SUS.”

Na ‘Saúde de Verdade’, a morte de seu João, por ausência de atendimento, chocou Campina.