Em nota, CNBB reprova exploração da fé e da religião no 2º turno

Por Maurílio Júnior

Bolsonaro e a primeira-dama Michelle participam de culto evangélico

Em nota divulgada nesta terça-feira (11.10), a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamentou o que caracterizou como “a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno” das eleições deste ano.

No começo do documento, a entidade destacou um trecho bíblico que versa que “existe um tempo para cada coisa”.

— Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno. Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lamenta e reprova tais ações e comportamentos.

Segundo a CNBB, “a manipulação religiosa sempre desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil. É fundamental um compromisso autêntico com a verdade e com o Evangelho”.

— Ratificamos que a CNBB condena, veementemente, o uso da religião por todo e qualquer candidato como ferramenta de sua campanha eleitoral. Convocamos todos os cidadãos e cidadãs, na liberdade de sua consciência e compromisso com o bem comum, a fazerem deste momento oportunidade de reflexão e proposição de ações que foquem na dignidade da pessoa humana e na busca por um país mais justo, fraterno e solidário — concluiu.

Mais cedo, a Arquidiocese de Aparecida confirmou que o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) visitará o Santuário Nacional de Aparecida (SP).  Em nota, o Santuário informou que o chefe do Executivo deve participar de uma das sete missas previstas para esta quarta-feira (12), Feriado de Nossa Senhora Aparecida.

O documento assinado pelo Arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, pede, no entanto, que “a rotina dos peregrinos não seja impactada”.