Os pastores Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura, beneficiados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), “organizavam fila” para liberação de recursos da educação para as prefeituras.
Segundo um funcionário de alto escalão do ministério que acompanhava o processo, as cidades acertavam a liberação da verba com deputados e senadores dos três principais partidos do centrão – PP, PL e Republicanos -, que usavam o chamado orçamento secreto para fazer os repasses aos seus redutos eleitorais.
No entanto, quando o dinheiro estava demorando a sair, os prefeitos procuravam os pastores, que ajudavam a acelerar o processo.
Gabinete paralelo de pastores
Áudio revelado pela Folha de S. Paulo reforça a tese de que o Ministério da Educação (MEC) foi tomado por um gabinete de pastores que movimentou os recursos de acordo com seus interesses pessoais.
Gravação mostra o ministro Milton Ribeiro assumindo que o presidente Jair Bolsonaro pediu que o MEC priorizasse os pedidos feitos por Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura.
“A minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar. […] Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar”, diz Ribeiro na conversa.
Os dois pastores têm proximidade com Bolsonaro desde o primeiro ano do governo. Em 18 de outubro de 2019, participaram de evento no Palácio do Planalto com o presidente e ministros. Já em 10 de fevereiro do ano passado estiveram ao lado de Ribeiro e também do presidente Bolsonaro em evento no MEC com 23 prefeitos – os nomes dos pastores não aparecem na agenda oficial.
(Com informações de Malu Gaspar, O Globo)