Deu na revista Crusoé. Michelle Bolsonaro agiu pessoalmente para favorecer empresas amigas e cujos donos são bolsonaristas durante a pandemia.
Com o programa emergencial para facilitar o acesso a crédito, a primeira-dama gerou um atalho para os amigos. De dentro do gabinete, ela pediu para a Caixa Econômica Federal atender um grupo selecionado de empresas.
Veja também:
Não vacinados correspondem a 100% das internações em hospital de João Pessoa
Lula tem 19 pontos à frente de Bolsonaro na pesquisa Ipespe
Interceder de maneira favorável a um grupo viola o princípio da impessoalidade da administração pública. O caso ainda teve a tramitação de processos em desacordo com os fluxos das operações de crédito do banco. A Caixa chegou a abrir uma apuração interna.
O esquema funcionava em uma agência de Taguatinga, cidade vizinha a Brasília. A equipe de Pedro Guimarães encaminhava as demandas de Michelle para lá. Quase todos os pedidos foram atendidos e foram enquadrados no Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), que havia sido lançada recentemente pelo governo.
A lista VIP de Michelle
Entre os amigos beneficiados pela lista da primeira-dama está a doceira Maria Amélia Campos. Ela é dona de uma rede de confeitarias em Brasília e é bolsonarista. Além de conseguir um empréstimo de R$ 518 mil, ainda conseguiu um favor para um casal de amigos.
Waldemar Caetano Filho, sócio do salão Luiza Coiffeur junto de sua esposa, recebeu benefícios do banco. Para variar, ele também é bolsonarista. “Votei nele. Eu sou mais ele (para 2022) do que os outros candidatos que estão sendo cogitados. A gente não tem visto falar de corrupção, deu uma parada. A gente não ouve falar mais”. Rodrigo Resende, dono de uma tradicional floricultura em Brasília, também foi agraciado com os favores.
A Derela Modas, boutique de roupas femininas, foi uma das que mais apareceu na lista de Michelle. A empresa costuma ser divulgada pela primeira-dama e por Heloísa Bolsonaro, esposa de Eduardo.
O grupo forma um círculo que tem proximidade com o clã Bolsonaro e tem ligações entre si. O florista Rodrigo Resende é amigo da doceira Maria Amélia, que é amiga dos donos da Luiza Coiffeur. Mariana Barros, dona da Derela, é familiar de Márcia Barros de Matos, dona de uma rede de óticas na cidade. A última conseguiu dois empréstimos que totalizam R$ 618 mil.