Morreu nesta quinta-feira (05) em Itabaiana, no Agreste da Paraíba, o ex-goleiro Lula, do Botafogo-PB, que tomou o milésimo gol de Pelé em 1969.
Lula estava internado em um hospital público da cidade e a causa da morte não foi divulgada pela família. Ao blog, o prefeito Lúcio Flávio (Cidadania) lamentou o falecimento do ex-goleiro.
“Lula é referência no esporte aqui em Itabaiana e não menos no Estado e no país. Foi importante também na economia da nossa cidade onde também contribuiu como empresário no ramo de curtume chegando a levar o time da empresa a primeira divisão do futebol paraibano. Nós itabaianenses estamos muito tristes por tamanha perda.”
Em 1995, o jornal Folha de S. Paulo afirmou em reportagem que o milésimo gol de Pelé não foi marcado no Rio de Janeiro contra o Vasco da Gama do goleiro argentino Andrada.
O milésimo gol foi anotado em João Pessoa em 14 de novembro de 1969, na Vila Olímpica Paraíba, cinco dias antes do, injustamente eternizado, jogo do Maracanã. E seu “coadjuvante” foi o goleiro brasileiro Lula, do Botafogo da Paraíba.
Relembre a história.
Paraíba viu o verdadeiro milésimo gol; erro de contagem consagrou Maracanã
O milésimo gol de Pelé não foi marcado no Rio de Janeiro. Não aconteceu no Dia da Bandeira. Não teve como vítima o goleiro argentino Andrada, do Vasco.
O milésimo gol foi anotado em João Pessoa. Ocorreu em 14 de novembro de 1969, cinco dias antes do, injustamente eternizado, jogo do Maracanã. E seu “coadjuvante” foi o goleiro brasileiro Lula, do Botafogo da Paraíba.
Após três meses de pesquisa, a Folha constatou uma falha na contagem dos gols do maior jogador de futebol de todos os tempos.
O tropeço estatístico compromete toda a história oficial da trajetória esportiva de Edson Arantes do Nascimento, hoje com 54 anos.
O erro se deu no ano mais atribulado da carreira do atleta.
Em 1959, Pelé marcou 127 gols em 103 jogos -pelo Santos, pelas seleções paulista e brasileira e pelo time das Forças Armadas (ele servia o Exército na época).
Entre eles, os disputados na primeira edição do Campeonato Sul-Americano Militar.
A contagem oficial informa que a abertura do torneio acontecera em 5 de novembro daquele ano.
Primeiro erro.
Conta, também, que a equipe brasileira teria vencido os paraguaios por 4 a 3.
Segundo erro.
Diz, ainda, que Pelé não fez nenhum gol.
Terceiro erro.
Na verdade, a partida contra o Paraguai aconteceu no dia 18.
O time brasileiro venceu na estréia por 4 a 1.
E Pelé marcou o segundo gol.
O gol “esquecido” foi marcado em General Severiano, campo do Botafogo-RJ.
Antes do apito inicial, Pelé, 19 anos, fez o juramento do atleta.
Apesar da expectativa de goleada, criada pela presença do jovem campeão mundial (o Brasil conquistara o título na Suécia no ano anterior), o primeiro tempo terminou empatado em 1 a 1.
O gol brasileiro foi marcado aos 4min por Roberto Bataglia, ponta-direita do Corinthians. Apodoca igualou aos 15min, aproveitando-se de falha da defesa brasileira.
No intervalo, o técnico Maurício Cardoso trocou Hélio Cruz pelo meia Parada. O time melhorou.
Aos 9min, após receber a bola de Valter, Pelé enganou quatro adversários com um drible de corpo e chutou para desempatar.
A partir daí, o Brasil dominou a partida. Valter fez os outros dois gols, aos 31min e aos 37min.
Contabilizado o gol contra os paraguaios, perde o valor simbólico a partida realizada no Maracanã dez anos e um dia depois.
A descoberta da falha estatística resgata um jogo ignorado pela história do futebol brasileiro.
O amistoso contra o Botafogo-PB marcava a inauguração do estádio Governador José Américo de Almeida, hoje desativado.
O evento foi marcado de última hora. Quase não aconteceu devido a um veto da CBD (Confederação Brasileira de Desportos), que não permitia dois jogos de uma equipe num intervalo inferior a 72 horas.
O Santos ganhava por 2 a 0, dois gols de Manoel Maria. Aos 21min do segundo tempo, o ponta passou na corrida por três adversários e foi derrubado na área pelo quarto-zagueiro Lando.
Por orientação do lateral Carlos Alberto Torres, capitão do time, Pelé chutou e marcou aos 23min.
O verdadeiro “gol mil” teve uma única semelhança com o “gol 1.001″, sofrido por Andrada.
Também foi de pênalti.