A semana que termina começou com um soco no estômago do país com as imagens de centenas de pessoas, em Cuiabá (MT), debaixo de sol escaldante, formando fila para desesperadamente aguardar uma doação de ossos que iriam para o lixo.
A miséria pura, aos olhos do mundo, é um projeto político do governo Bolsonaro já escancarado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que há algumas semanas, sugeriu exatamente o que mostrou a matéria veiculada domingo passado pelo Fantástico, da TV Globo.
Por isso e outras tantas coisas, se faz tão necessário se contrapor a este projeto e aqueles que o apoiam – ou que agora fazem de conta que não apoiam ou não apoiaram.
Nesta semana, em entrevista à rádio Arapuan, Jair Bolsonaro disse com todas as letras que, a exemplo do que acontecerá nacionalmente, a disputa no estado em 2022 será polarizada entre seus aliados e o do governador João Azevêdo.
Ótimo. É como se Bolsonaro tivesse levantado a bola para João Azevêdo cortar:
“Eu já disse, eu não apoiarei o atual presidente e logicamente não teremos na chapa candidatos que façam a defesa do atual presidente”, respondeu o governador.
A declaração foi em Cajazeiras, no Sertão, quando João participava da distribuição das 400 refeições diárias pelo programa Tá na Mesa.
Bolsonaro e João Azevêdo concordaram em se diferenciar. Para o governador e futuro candidato a reeleição foi um presente, já que no país da fila do osso, um prato na mesa faz a diferença.