Já não é só o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), que defende, dentro da oposição, um movimento de distanciamento da imagem do grupo com a do presidente Jair Bolsonaro. A razão é óbvia: pesquisas internas também mostram – a exemplo de diversos institutos nacionais – o ex-presidente Lula (PT) como favoritaço para 2022. É o que já admitiu publicamente o deputado federal Ruy Carneiro (PSDB). Lula deve ser apoiado na Paraíba pelo governador João Azevêdo (Cidadania), que disputará a reeleição. Continuar atrelado a Bolsonaro, como fez até pouco tempo Romero Rodrigues, colocará tudo a perder mais cedo. A oposição agora prega que a disputa nacional não pode contaminar o debate local.
Ruy defende que o palanque da oposição deve ser o da “diversidade”, para que “todos se sentiam acolhidos”, desde aqueles que optam por Bolsonaro aos eleitores de Lula. “Não podemos constranger aliados por uma preferência nacional”, afirma. “Lula está na frente das pesquisas, nas pesquisas que tive acesso”, pontuou. A tese de Ruy, porém, sofre resistência da ala radical do bolsonarismo na Paraíba. Os deputados estaduais Walber Virgolino (Patriota) e Gilberto Silva (PSL) e o radialista Nilvan Ferreira (PTB) já demonstraram descontentamento com a postura da ala tradicional da oposição. Nilvan, aliás, disse nesta terça (20), que a prioridade da oposição é a reeleição de Jair Bolsonaro e, só depois, a derrota de João Azevêdo, que contará com o apoio do PT.