Lula e Jair Bolsonaro entraram em consenso. Nesta terça-feira (20/7), ambos afastaram a possibilidade da chamada terceira via para 2022, que até o momento só pintou na página política dos jornais. À Rádio Itatiaia de Belo Horizonte, Bolsonaro reconheceu que a disputa está polarizada entre ele e o “ex-presidiário”, em provocação ao adversário petista. “Tem uma passagem bíblica que diz, seja quente ou seja frio, não seja morno. Então terceira via, povo não engole isso aí”, afirmou. Quase ao mesmo tempo, em entrevista a uma emissora de Sergipe, Lula disse que terceira via é uma “desculpa” e “uma invenção dos partidos que não tem candidato”.
Não há terceira via – e as pesquisas atestam isso – e provavelmente não terá. Nem Ciro Gomes (PDT), que poderia representar esse anseio distante, não tem mostrado mais força para fazer frente, basta observar o desespero do pedetista em atirar para todos os lados – voto impresso, religião etc. Em junho, nomes como Luciano Huck e João Amoedo naufragaram. Sergio Moro é outro coitado. Em julho, já surgiram como postulantes Datena e os senadores Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Simone Tebet (MDB-MS). No quase extinto PSDB, há asa para todo canto na disputa entre o gaúcho Eduardo Leite e o governador de São Paulo, João Doria. Nenhum empolga. Por incrível que pareça Bolsonaro e Lula não só concordaram como estão certos.