opinião

Ricardo e Nilvan: a cara de um, a fake news do outro

Por Maurílio Júnior

Ricardo Coutinho e Nilvan Ferreira, que tanto lutaram para ser diferentes, mas por interesses eleitorais, hoje são iguais

A busca incessante de um nome que represente o equilíbrio e a moderação no campo nacional fez da Paraíba um ponto fora da curva.

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Para atestar, basta observar que, hoje, quem representa uma linha distante do radicalismo é justamente combatido por representantes do “nós contra eles” e, não o contrário, como se enxerga nacionalmente.

Os radicalistas Made In Paraíba Ricardo Coutinho, do PSB, e Nilvan Ferreira, do PTB de Roberto Jefferson, por exemplo, que tanto lutaram para ser diferentes, mas por interesses eleitorais, hoje são iguais.

Ricardo e Nilvan recorrem quase sempre ao mesmo expediente: as fake news, que traem, por tabela, suas ideias e responsabilidades sociais. Pelo menos na oratória.

Sem mandato, derrotado e desmoralizado pelas gravações e delações da Operação Calvário, Ricardo procura um palanque. Nem que seja em cima de Fake news, que tanto crítica de Bolsonaro. Por via transversa, comete o pecado que condena.

Nesta quarta (16), Coutinho espalhou a mentira que a Companhia de Água e Esgoto da Paraíba seria privatizada, sob uma ótica de que a busca pela excelência de desempenho do serviço público é um crime.

Não há, pelo menos no Poder Legislativo, a quem compete julgar, a proposta de privatização.

Antes, com poder e intimidação ao Judiciário e a imprensa, fazia isso impunemente. Hoje, leão sem dentes, já não assusta. Somente pelo ilimitado cinismo, patalogia crônica que fez efeito e enganou até o gravador de Daniel Gomes ser acionado.

Do outro lado da ponta, mas nem tão da ponta assim, está Nilvan Ferreira e a sua saga no negacionismo.

O comunicador, que agora é presidente do PTB, trai o principal juramente da (ex) profissão: a de responsabilidade social.

Nilvan defende que a população viva como se não houvesse pandemia e que, medidas para frear a contaminação da Covid-19 e, consequentemente, mortes de paraibanos, não podem ser adotadas neste período.

Nem o falecimento do senador José Maranhão, contaminado durante a sua campanha eleitoral em 2020, foi capaz de fazer o refletir sobre o momento delicado que atravessa o país.

Extremamente iguais, Nilvan e Ricardo são a reprodução do radicalismo de direita e de esquerda na Paraíba. Mas, pelo menos aqui, sem tanta força.