O decreto da Prefeitura de Campina Grande, que inicialmente prometia um documento mais rígido em virtude do aumento de casos e internações no município provocado pela Covid-19, e somente reduziu para 80 pessoas a lotação em eventos festivos, foi criticado pelo especialista em doenças infecciosas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Leonardo Bastos.
Para o estatístico, pesquisador e membro do Observatório Covid-19, o decreto é “pouco efetivo” para conter a transmissão do vírus e pode aumentar o número de internações. Bastos critica a permissão para eventos festivos como casamentos, aniversários e formaturas.
— O momento é ruim, onde festa deveria ser algo impensável. Não deveria estar acontecendo de jeito nenhum. Seja com 120, 80 ou 18 pessoas. Não deveria. O momento é de reduzir transmissão, casos e consequentemente reduzir óbitos. É um momento grave, não fazendo isso, mantendo uma medida relaxada como esta, com número alto, trata-se de uma medida pouco efetiva do ponto de vista de conter transmissão. Isso vai impactar numa não queda e até num aumento de hospitalizações — disse ao blog.
Neste sábado (15), a 25ª avaliação do Plano Novo Normal Paraíba, da Secretaria Estadual de Saúde, mostrou que Campina Grande voltou para a cor laranja, onde as restrições devem ser maior. O plano é baseado em indicadores como a quantidade percentual de novos casos, letalidade (óbitos), ocupação da rede hospitalar da região e percentual de isolamento social.
Há pouco mais de uma semana, Campina Grande e região já enfrentam a sobrecarga nos hospitais devido a alta de casos de coronavírus. Na última quinta (13), o prefeito Bruno Cunha Lima (PSD) reabilitou a UPA do Alto Branco para pacientes com a doença um mês depois de desativá-la.