Em uma das muitas advertências a Fábio Wajngarten, ex-Secretário de Comunicação do Governo Bolsonaro, o presidente da CPI da Pandemia no Senado, Omar Aziz, deixou claro:
— Senhor Fábio [Wajngarten], o senhor só está aqui por conta da entrevista à Veja, senão a gente nem lembraria que você existia.
Aziz chegou a suspender a sessão por 5 minutos e emendou um “você consulte seu advogado” para Wajngarten.
O ex-secom de Bolsoaro mentiu que nem sentiu durante interrogatório do relator Renan Calheiros.
Wajngarten afirmou no depoimento que não chamou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello de incompetente em entrevista à Veja.
A capa da revista, porém, era bem clara: “Houve incompetência”, palavras de Wajngarten.
Na entrevista à Veja em 22 de abril, Fábio Wajngarten disse que tinha todos os documentos relacionados as conversas com a Pfizer, a vacina que Bolsonaro recusou a comprar no último trimestre de 2020.
Na CPI, contudo, o ex-secretário desdisse mais uma vez e declarou que não guarda nada das comunicações com a farmacêutica.
— Nunca participei de negociação. O que eu busquei foi o maior número de vacinas.
O acervo de mentiras de Wajngarten ainda reservou uma grande pérola quando indagado sobre a consultoria paralela de Jair Bolsonaro para tomada de decisões na pandemia.
Sobre a participação do filho Carlos Bolsonaro, o ex-secretário soltou:
— Converso com o senador [Carlos Bolsonaro é vereador pelo Rio de Janeiro] com muito pouca frequência.
“Muito pouca frequência é difícil de catalogar, hein?”, rebateu Calheiros.
Mentir em depoimento na CPI é crime.