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Diretor do CRM-PB contesta insistência na cloroquina: “Lamentável”

Por Maurílio Júnior

Uso de hidroxicloroquina não mostrou benefícios no tratamento para covid-19 e foi associada a efeitos colaterais mais frequentes — Getty Images

O Diretor de Fiscalização do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), Bruno Leandro de Souza, contestou a insistência na orientação para prescrição de medicamentos do kit covid, como a cloroquina.

Nessa sexta (07/05), uma paciente que chegou ao Hospital Municipal Pedro I em Campina Grande com sintomas gripais recebeu uma receita médica com o kit covid, mesmo sem qualquer exame.

 

Ao blog, Souza afirmou que, “está mais do que provado que a medicação não é eficiente” contra a Covid-19.

— Sou absolutamente contra a prescrição destes kits covid, porque cientificamente não funcionam e podem provocar um dano. E se eles podem provocar um dano, eu prefiro sempre a prudência. Está mais do que provada na minha opinião e de muitos milhões de pessoas que, infelizmente, essa medicação não é eficiente, mas alguns ainda insistem na prescrição, ainda mais com essa permissão do Conselho Federal, o que na minha opinião é lamentável.

Até o Ministério da Saúde “desiste” da cloroquina

Depois de manter durante um ano a recomendação para o uso da cloroquina para o tratamento da Covid-19, o Ministério da Saúde resolveu nesta sexta (07) retirar a orientação do site oficial.

Na última quinta (06/05), em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia no Senado, o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se esquivou dos questionamentos relacionados a cloroquina.

Perguntado se compartilhava da posição de Bolsonaro quanto à indicação do uso do medicamento, o ministro da Saúde disse:

— Eu não faço juízo de valor acerca da opinião do presidente da República. Essa é uma questão de natureza técnica. É assim que o Ministério da Saúde tem que tratar essa questão.

O que diz a Prefeitura de Campina Grande

O blog procurou a Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande que atribuiu a prescrição do medicamento sem eficácia contra a Covid-19 para autonomia do médico.