Opinião

Uma câmera na mão e uma saudade no coração (por Paloma Faustino)

Por Maurílio Júnior

Apesar de sempre ter sido uma pessoa de conversar, interagir, Ely tinha o poder de comunicar com o olhar. Sempre com uma câmera em mãos, ele registrava tudo! Aniversários, jantares e almoços em família. Em algum momento após as celebrações assistíamos as produções dele. Até hoje tenho muito nitidamente as imagens dele gravando tudo em fita VHS.

Se tornou adulto, ingressou na universidade de Arte e Mídia se formando pela UFCG, em Campina Grande. A câmera que sempre foi sua companheira passou a ser o instrumento de trabalho. Cineasta, produtor e editor de documentários, filmes, curtas e longas. É impossível falar de cinematografia paraibana e não citar Ely, que foi reconhecido pela excelência do seu trabalho. Um deles, inclusive, chegou a ser exibido em sala de aula quando cursei Jornalismo.

Por falar em Jornalismo, lembro que quando estagiária, nos protestos de 2013 nos esbarramos na ruas do centro de João Pessoa; eu com papel e lápis na mão, comunicando com as palavras e ele lá, com a câmera e o seu incrível poder de comunicar com o olhar.

Ely, partiu hoje, em pleno sábado de aleluia. É mais uma vítima da covid-19. É triste não poder se despedir de alguém. Mas isso não vai apagar nenhuma das memórias que tenho dele e uma delas era a gargalhada marcante e inconfundível e a paixão por coca cola.

Ely, daí de cima, segue fazendo o que você faz tão bem, comunicando com o olhar e olhando por todos nós aqui. Sentiremos muita saudade do “gordinho de titia Rosa”.

Que Deus conforte os nossos corações. Vai com Deus, primo!

Paloma Faustino é formada em Jornalismo. Atualmente atua como assessora de imprensa na Múltipla