opinião

O voo que a Paraíba ainda espera

Por Maurílio Júnior

Aeroporto Castro Pinto, na Grande João Pessoa

No malabarismo entre os cuidados com a pandemia da Covid-19 e a economia, o governador João Azevêdo (Cidadania) se reuniu nesta semana com representantes da empresa espanhola Aena Desarrollo Internacional, responsável pela operação dos Aeroportos Castro Pinto, na Grande João Pessoa, e Presidente João Suassuna, em Campina Grande.

À mesa estavam ações do governo nas áreas de turismo e desenvolvimento econômico, como a instalação de centros de distribuição do Magazine Luiza e do grupo K1 e a construção do Polo Turístico Cabo Branco. Uma contradição histórica, porém, preocupa o governo. Pode João Pessoa ser um dos melhores destinos do país com o pior aeroporto?

Em 2018, parecia que o problema seria solucionado quando o governo federal aprovou a concessão de vários aeroportos para a iniciativa privada. Puro engano. No caso do aeroporto de Bayeux, o que era ruim, piorou. A falta de infraestrutura ficou ainda mais explícito durante a pandemia.

Um exemplo de como é essencial um bom aeroporto para o desenvolvimento do turismo, foi o que ocorreu em 2019 com a transferência da Brazil Travel Market de João Pessoa para Fortaleza.

A malha aérea foi o principal fator para o festival de turismo preterir a Paraíba por Fortaleza. A organização alegou que a atual oferta de voos de João Pessoa não comportou o aumento de participantes de um dos principais eventos do Nordeste.

“O estado tem atraído grandes centros de distribuição, a exemplo do Magazine Luiza e do grupo K1 e temos uma localização estratégica e logística de estradas. Além disso, conseguimos manter nossa capacidade fiscal e assegurado ações na área de energias renováveis”, apelou Azevêdo na reunião com a Aena.

Dos espanhóis recebeu a promessa de investimentos. “Nós acreditamos no Brasil, no Nordeste e na Paraíba, firmamos um acordo de cooperação com o Corpo de Bombeiros e vamos fazer melhorias na infraestrutura, seguindo com o nosso trabalho”, disse o presidente Santiago Yus.

Com concessão de 30 anos, agora é torcer para que as palavras da operadora espanhola saiam do papel. Será um voo que a Paraíba espera ansiosamente. 

João Azevêdo recebe dirigentes da Aena — Imagem: Secom-PB
João Azevêdo recebe dirigentes da Aena — Imagem: Secom-PB