entrevista

Pneumologista da Fiocruz pede que Paraíba não faça São João

Por Maurílio Júnior

Margareth Dalcolmo — Imagem: Leo Martins/Agência O Globo

Vital para economia de municípios paraibanos, a exemplo de Campina Grande e Patos, as festas de São João não devem acontecer pelo segundo ano consecutivo. Pelo menos é que recomenda a pneumologista e pesquisadora da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) Margareth Dalcolmo, referência máxima sobre Covid-19 no Brasil.

Com incansável atuação no combate à pandemia do coronavírus, Margareth reservou cinco minutos da sua concorrida agenda para falar com o autor do blog. Ela explicou que a vacinação contra Covid-19 “não terá encontrado um grau de proteção comunitária” que permita a realização de grandes eventos. A pesquisadora vislumbra o retorno de festas como o São João em 2022.

Nos últimos dias, o ministro do Turismo Gilson Machado avisou a prefeitos do Nordeste que a pasta se prepara para financiar o São João.

Leia, abaixo, dois dos principais trechos da entrevista com Margareth Dalcolmo.

BlogO São João é aguardado com muita ansiedade por municípios do Nordeste, especialmente aqui na Paraíba. A senhora vislumbra alguma possibilidade da realização dessa festa em 2021? 

Margareth DalcolmoAcho que festas do tipo carnaval e festejos de São João, que são importantes em todo Nordeste, infelizmente ainda não terão condições ainda de ser realizadas no meio do ano. A vacinação ainda não terá encontrado um grau de proteção comunitária em que permita fazer eventos dessa natureza sem oferecer risco de transmissão. Portanto, da mesma maneira que recomendei e vários de nós, que não se faça carnaval no meio do ano, infelizmente as festas de São João também não devem ser realizadas da mesma maneira. 

BlogNeste cenário, quando poderemos voltar a ter estes grandes eventos? 

Margareth DalcolmoTodos esses eventos como festas de São João, partidas de futebol com torcida, shows em ambientes fechados, só podemos pensar em eventos dessa natureza com grau de segurança no ano que vem. É o que eu penso realistamente considerando o ritmo da vacinação e o êxito que esperamos encontrar como uma grande proporção da população brasileira vacinada até o segundo semestre de 2021. Portanto não nos autorizando a realizar com segurança eventos dessa natureza.