É quase uma unanimidade entre as autoridades de saúde que janeiro deve ser o pior mês desde o início da pandemia.
As festas de Natal e réveillon somadas ao início do verão irão explodir o número de casos de Covid-19 e, infelizmente, de mortes.
O blog mostrou ontem que, em 19 dias de dezembro, a quantidade de infecções e óbitos já supera o registrado em novembro inteiro na Paraíba. Não é pouca coisa.
Mas não culpemos somente as festividades de fim ano, como alguns insistem em culpar as eleições pela tal segunda onda, ainda que estas tenham agravado o quadro de relaxamento da população.
Vimos ontem, em Alagoas, que influenciadores digitais – muitos de João Pessoa – promoveram uma espécie de bailão da covid. Um crime contra a saúde pública. É assim que deve ser tratado.
Não cabe mais falar em desrespeito aos profissionais de saúde da linha de frente, em amor ao próximo ou coisa do tipo. São apelos que nunca fizeram parte do nosso cotidiano.
É verdade também que não são apenas celebridades. Cada um de nós temos irmãos, primos, amigos, conhecidos, seja lá o que for, que tocaram o ‘foda-se’ para pandemia.
Eles estão em bares, festas, casamentos, confraternizações… como se não existisse mãe, pai, avó, avô. Você então que está lendo, dane-se.
É aí que o poder público precisa entrar novamente. Não cabe mais bares, casas de eventos, bancos em praças e orlas, ônibus com pessoas em pé, permanecerem liberados.
Não há responsabilidade de empresários, nem de clientes. Nós não fomos ensinados ou educados a respeitarmos o coletivo.
O que resta agora é diminuir o tamanho da tragédia que se desenha em janeiro. Ela já parece ser inevitável.