15/11/2019 – Matéria atualizada em 15/12/2020 – Principal alvo da Operação Cartola – que investigou manipulação de resultados no futebol paraibano -, o Botafogo-PB foi o clube que mais desviou recursos públicos do ‘Gol de Placa’.
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Um relatório obtido pelo blog, em novembro de 2019, realizado pelos órgãos controladores do Estado, aponta que entre 2015 a 2018, a quantidade de trocas de notas fiscais por ingressos do programa governamental superou mais de um milhão. Entre este período, a injeção financeira do Governo da Paraíba no futebol local foi de R$ 14 milhões.
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Maior vencedor do futebol paraibano desde 2013 – ano em que o então governador Ricardo Coutinho (PSB) alterou as regras do programa -, o Botafogo-PB causou um prejuízo ao erário de R$ 3.233.560,00, sendo mais de um milhão de reais por meio de documentos fiscais com numeração inválida ou inexistente. Os desvios se estendem a outros quatorze clubes:
Campinense (R$ 2.015.980,00)
CSP (R$ 829.180,00)
Atlético de Cajazeiras (R$ 780.620,00)
Sousa (R$ 766,610,00)
Treze (R$ 618.370,00)
Auto Esporte (R$ 599.950,00)
Serrano (R$ 564.770,00)
Paraíba (R$ 397.850,00)
Nacional de Patos (R$ 223.800,00)
Desportiva Guarabira (R$ 223.800,00)
Santa Cruz (R$ 211.300,00)
Internacional (R$ 208.760,00)
Esporte de Patos (R$ 139.200,00)
Lucena (R$ 165.300,00)
Desta forma, o desvio de dinheiro público no futebol paraibano não chega a quase R$ 10 milhões, conforme noticiamos no último dia 6, mas sim a quase R$ 11 milhões.
O Gol de Placa foi extinto pelo governo João Azevêdo após a constatação de uma série de fraudes no cadastramento do sistema do programa.
Pessoas que nunca visitaram a Paraíba e até falecidos eram cadastrados como torcedores na troca de notas fiscais por ingressos através de seus CPFs.
Ao burlar as regras do programa, os clubes aumentavam o número de torcedores no borderô de seus jogos para ter direito ao dinheiro.
No dia 6 de novembro de 2019, o Governo da Paraíba abriu um Procedimento de Investigação Preliminar (PIP) para apurar ilicitudes cometidas pelos clubes. O ato é realizado em conjunto pela Controladoria Geral do Estado e pela Secretaria da Fazenda.
Após o PIP, passa-se ao PAR (Processo Administrativo de Responsabilização) e posteriormente ao acordo de leniência – saída encontrada para os clubes que alegam estar em colapso financeiro.
Os envolvidos poderão ser denunciados pelo Ministério Público da Paraíba pelos crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro.