A sugestão de Jair Bolsonaro para que os donos das redes de supermercados reduzam para perto de zero a margem de lucro sobre produtos essenciais teve reação na Paraíba.
+ Bolsonaro pede a supermercados lucro perto do zero
O superintendente da Associação de Supermercados do Estado, Damião Evangelista, afirmou ao blog que o presidente da República tenta jogar para os empresários a responsabilidade do governo federal em encontrar alternativas para alta no preço dos alimentos que compõem a cesta básica.
– Esse pedido do presidente de certa forma tira a responsabilidade do governo federal de fazer uma política de proteção ao mercado interno. Não somos contra a exportação e a lucratividade do agronegócio. Somos a favor que se garanta o produto para o abastecimento interno e estamos preocupados com essa alta de preço. O setor está fazendo sacrifício na sua margem, agora zerar, como vamos pagar os custos e despesas operacionais? – questionou.
De acordo com Damião, vários fatores têm influenciado o aumento dos preços, entre eles a alta do dólar em relação ao real, o que estimula a exportação desses produtos.
O período de safra dos alimentos e o crescimento da demanda interna, impulsionado pela pandemia da Covid-19, que trouxe aumento do consumo de produtos básicos, também é levado em consideração.
– A semana passada a Associação procurou o Ministério da Agricultura demonstrando a preocupação com a alta do preço desses produtos que compõem a cesta básica, caso do arroz, feijão, leite, carne e do óleo, porque o setor não determina preço de produto, na cadeia de abastecimento nós somos o elo entre o produtor e o consumidor. Os produtores do agronegócio estão voltados todos para exportação, apesar de termos tido uma boa safra de grãos. Com essa alta do dólar, eles estão atrás da lucratividade. Período de pandemia quando teve alta do feijão teve supermercado que zerou a sua margem de lucro.
Nesta quarta (09), a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) discutirá a crise com a equipe econômica do governo.