Crise política

Temendo ‘o pior’, Nelson Lira pede “trégua” no Botafogo-PB

Por Maurílio Júnior

PHD em Botafogo-PB, o vice-presidente de futebol do clube, Nelson Lira, é voz respeitada na Maravilha do Contorno.

De perfil apaziguador, o também ex-presidente tentou nos últimos dias ser a ponte para reconciliação entre situação e oposição no Belo. O objetivo, porém, não foi alcançado. 

“Não acredito mais na união. Vou trabalhar para que tenhamos pelo menos respeito mútuo e trégua nos próximos 40 dias para que possamos ter paz”, disse Nelson em conversa com o blog.

Campeoníssimo no Botafogo-PB, tendo conquistado títulos estaduais e a inédita taça da Série D em 2013, Nelson fez um desabafo: teme que o acirramento interno leve o clube novamente para o fundo do poço de sete anos atrás. 

“Toda e qualquer discussão extracampo interfere diretamente nos jogadores, principalmente nos dias de hoje, onde tudo que acontece vai para as redes sociais. Não tem como blindar um plantel de determinados assuntos, se esses atletas participam das redes sociais e os assuntos são discutidos lá. Claro que interfere”.

Às vésperas de novas eleições, o Botafogo-PB está dividido entre os grupos do presidente Sérgio Meira e o do ex-dirigente e réu na Operação Cartola por suspeita de manipulação de resultados, Breno Morais.

Nessa segunda (31), Morais subiu novamente a temperatura ao acusar a atual gestão de abrir um rombo de pelo menos R$ 3 milhões até o fim do ano e entregar o clube “falido”. Meira ainda foi chamado pelo opositor de “mamulengo”.

Nelson lamentou o jogo de acusações na Maravilha. 

“Lamentável, acho que as críticas deveriam tanto de um lado como de outro ficar restrita a gestão. Não posso gostar de A ou B, mas o respeito deve existir. Falta respeito em determinados momentos. E aí fica difícil [a união]. Fizemos as tentativas para união, mas esticaram demais a corda e ficou difícil um acordo. Vou tentar mostrar que se não houver uma trégua só quem vai perder é o clube”, advertiu.

Por falta de conselho, o Botafogo não poderá reclamar.