Pouco antes da pandemia, em mais uma terça-feira comum de votação na Assembleia Legislativa da Paraíba, o signatário deste blog tentou entrevistar o deputado Genival Matias (Avante). Era mais uma tentativa frustrada. Seria por obra do destino, infelizmente, a última.
Avesso a entrevistas, Genival saiu rápido, gentilmente alegou que tinha consulta marcada. Não insisti. Dos 36 deputados, certamente tenha sido o único que não tive a oportunidade de trocar cinco palavras. Era o seu jeito.
O silêncio perante aos repórteres se contrastava a um Genival atuante nos bastidores. Entre os amigos de parlamento, um consenso: Matias era um exímio articulador político.
“Era o deputado que tinha mais amigos na Casa”, disse Wilson Filho, do PTB. “Era o deputado mais próximo de mim”, afirmou o presidente da ALPB, Adriano Galdino (PSB). “A Paraíba perde um jovem político com capacidade de articulação muito grande, com espírito de conciliação, de união”, assinalou o governador João Azevêdo (Cidadania).
Numa analogia com futebol, Genival seria aquele camisa 10, à moda antiga, tímido nas palavras, mas em campo, um maestro.