O estado escolhido para estreia da ‘Corona Jato’ não poderia ser mais propício. Na terra da Operação Calvário, que desbaratou um poderoso esquema de corrupção na Saúde, a Polícia Federal e o Gaeco, do Ministério Público, deflagraram a primeira operação contra desvio de recursos do combate ao coronavírus.
Pois bem. Na manhã desta quinta-feira (23), a Prefeitura de Aroeiras, no interior da Paraíba, foi alvo da operação denominada ‘Alquimia’, que aponta indícios de irregularidades do prefeito Mylton Marques (PSDB) na aquisição de sete mil exemplares do livro “Coronavírus (COVID-19) O combate começa com a Informação”, cada um no valor de R$ 39,90. O valor total do contrato era R$ 279,3 mil. O mesmo fornecedor, Jandeilson Araújo Leite, já havia vendido à prefeitura R$ 307 mil em livros desde o início do ano.
A investigação começou a partir de indícios de irregularidades na aquisição de livros, pela Prefeitura de Aroeiras, com recursos do Fundo Nacional de Saúde, por meio de procedimentos de inexigibilidade de licitação, com a justificativa de auxiliar na disseminação de informação e combate à situação de pandemia do Coronavírus.
A investigação demonstra que livros e cartilhas similares estão disponibilizadas gratuitamente na página do Ministério da Saúde na internet. A Controladoria Geral da União aponta que um dos livros foi adquirido pelo município cerca de 330% acima do valor comercializado na internet, o que ocasionou um superfaturamento
correspondente a R$ 48.272,00.