A denúncia do presidente do Sousa Esporte Clube, Aldeone Abrantes, acerca de um esquema de manipulação de resultados no Campeonato Paraibano 2020 fez a Operação Cartola voltar à tona.
Há dois anos as investigações tiraram o sono de dirigentes e políticos depois de desvendar justamente um esquema de manipulação de resultados, através de pagamento de propina a árbitros.
Dirigentes, árbitros e até o então presidente da FPF, Amadeu Rodrigues, foram banidos pela Justiça Desportiva do futebol.
A operação coordenada pelo delegado da Polícia Civil, Lucas Sá, com apoio do Gaeco/MPPB, dava sinais que iria passar a limpo o futebol paraibano. Ficou nos sinais…
Bastou a investigação atingir a figura do então governador Ricardo Coutinho (PSB) – hoje mais encrencado que tudo na Operação Calvário -, e a Operação Cartola morreu.
Três dias depois de uma reportagem da TV Globo mostrar uma transcrição de um diálogo entre Zezinho Botafogo, então presidente do Botafogo-PB, e Breno Morais, ex-vice de futebol do clube, o Governo do Estado afastou Lucas Sá da Delegacia de Defraudações.
Na conversa, Breno conta a Zezinho que teria assistido ao jogo entre Botafogo-PB e Atlético-MG pela Copa do Brasil ao lado do governador do estado, que, incomodado com a goleada imposta pelos mineiros, teria lamentado que o dirigente não tivesse pago propina ao árbitro para beneficiar a equipe da casa. Segundo o dirigente, o governador teria dito: “Breno, o certo era você ter comprado o juiz de um jogo desse aí”, que disse ter respondido: “Eu sei, mas não tive jeito de chegar”.
O mal não foi arrancado pela raiz e o futebol paraibano continuou sendo notícia pelos escândalos fora de campo do que por bola na rede.