Deu na Crusoé:
Um dos motivos para o Tribunal de Justiça da Paraíba decretar a prisão de Coriolano Coutinho, irmão do ex-governador Ricardo Coutinho, foi seu histórico de “atos de violência e também pelo domínio que exerce sobre as forças policiais” estaduais.
Como mostrou Crusoé, Daniel Gomes da Silva, um dos delatores do esquema de desvios milionários da Educação e Saúde da Paraíba, narrou em seu acordo que o grupo liderado pelos irmãos Coutinho, responsável pelo desvio de centenas de milhões dos cofres públicos, chegaram até a contratar uma empresa de inteligência e contra-inteligência para produzir dossiês contra seus adversários.
Crusoé teve acesso a uma investigação de 2010 que reforça o temor dos delatores com Coriolano. Naquele ano, uma fazenda de Ricardo Coutinho na cidade de Bananeiras, a 150 Km da capital João Pessoa, foi alvo de criminosos que roubaram garrafas de vinho e ovos de galinha.
Apontado como suspeito do roubo, um cidadão da região, conhecido como João Caboclo, procurou as autoridades após o ocorrido. Ele contou à polícia que foi agredido e ameaçado de morte por Coriolano.
“Coriolano, estando acompanhado de Josias e mais dois homens desconhecidos, o levaram a um determinado lugar (…) onde foi agredido fisicamente por aqueles, a fim de obter confissão por parte da vítima, de ter sido o autor do arrombamento da propriedade do Sr. Ricardo Coutinho, de onde foi subtraído algumas garrafas de vinho e alguns ovos de galinha, além de ameaças de morte, cuja consumação se daria quando seus agressores retornassem à propriedade”, diz trecho de um relatório produzido pelo delegado responsável pelo caso.